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João Berhan - Falas de Revolução

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Diogo Picão: saxofone tenor
Ricardo Ribeiro: clarinete baixo
Baltazar Molina: percussões
Miguel Gelpi: contrabaixo
Teresa Campos: voz
João Berhan: piano eléctrico e voz
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Falas de revolução
trazes um cravo na mão
Sabes que a insurreição
cabe a alguns, a outros não
Concretiza a tua dança
tempestiva de bonança
prende o cravo na tua trança
porque não?
Falas de revolução
trazes um cravo na mão
Mas a emancipação
é questão de educação
Tu, tal qual a Gabriela
cheiras a cravo e canela
crava o cravo na lapela
porque não?
Habitação
educação
saúde e pão
e vinho
Na habituação
à situação
beber mais um
copinho
Saúda então
o grande irmão
não há outro
caminho
E no edredão
sonhar em vão
revolução
sozinho
Falas de revolução
trazes um cravo na mão
Lá vens tu com o teu quinhão
mas nem tudo é comunhão
Vens segura, não formosa
a luta é poesia, não prosa
faz do cravo a tua rosa
porque não?
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Imaginado, tocado e cantado por mim (voz, guitarra eléctrica, viola, cavaquinho, piano, teclados, percussões electrónicas, chocalho, ovinhos, estalinhos, barulhinhos e coros), pelo Diogo Picão (saxofone tenor e soprano, voz e coros), pelo Ricardo Ribeiro (clarinete baixo e soprano, teremim, estalinhos, ferrinhos e coros), pelo Baltazar Molina (dohola, prato, guizos, estalinhos e coros) e pelo Miguel Gelpi (contrabaixo e coros). Teresa Campos (voz e coros) gentilmente cedida por ela própria.
Eu escrevi e compus as canções. A Ditadura e a Revolução foram erguidas a meias com o Picão. Os arranjos dos sopros são obra dele e do Ricardo. A teia das vozes foi urdida pela Teresa. O quentinho que tudo segura vem das mãos do Baltazar e do Miguel. As cornetas em esteróides na Serra da Lapa saíram da cabeça do Manuel Brito. O Enxaguado enfada o samba do Último Desejo, do Noel Rosa, e pisca o olho ao Sérgio Godinho. A Serra da Lapa faz-se à do Zeca. Todas as outras se fazem a outras quaisquer.
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À saúde do Picão, à certeza do Ricardo, à franqueza do Baltazar, à surpresa do Miguel, ao acalanto da Teresa.
À Maria, por saber esperar seis anos para me ouvir cantar outra vez.
Ao Agostinho, pela mica do lalá.
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