PIERRE-JOSEPH PROUDHON: A PROPRIEDADE É FURTO

preview_player
Показать описание
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Historia da Filosofia Volume 5, de Giovanni Reale Dario Antiseri.

A PROPRIEDADE É UM FURTO



Proudhon era Promotor de movimentos sindicais, de ajuda mútua e pacifistas.

Proudhon era simultaneamente adversário da propriedade privada tanto quanto do comunismo.

Suas obras mais conhecidas são:

"O que é a pro­priedade?" publicada em 1840

Em 1843 publicou "A criação da ordem na humanidade";

Em 1846, "O sistema das contradições econômicas ou filosofia da miséria";

Em 1858 três volumes de "A justiça na revolução e na Igreja".



Proudhon vê que a economia burguesa tem como fundamento a propriedade priva­da. Mas o que é a propriedade? Responde Proudhon: “A propriedade é furto”.

Essa resposta chamou a atenção até do burguês tranqüilo para a questão social.

A propriedade é furto, segundo Proudhon, porque o capitalista não remunera o operário com todo o valor do seu trabalho. A “força coletiva”, resultante da força de muitos trabalhadores organizados, forne­ce produtividade muito mais alta do que aquela que se obteria da soma de simples trabalhos individuais.



É esse o sentido da frase “a propriedade é furto”: o capitalista se apropria do valor do trabalho coletivo. E a partir daí se cria a contradição funda­mental entre capital e trabalho, contradição que leva o capitalista não só a se apropriar do trabalho do operário, mas também de sua própria existência.



Para dizer a verdade, Proudhon não é contrário à propriedade enquanto tal, mas somente à propriedade que assegura “renda sem trabalho”. A propriedade se justifica unicamente como condição de liberdade. Mas, quando está organizada de modo a tornar livres uns pou­cos (os capitalistas) em troca da escravidão de muitos (oS trabalhadores), então ela é furto.



Somente o trabalho é produtivo. E o operário pode certamente se apropriar do fruto do seu trabalho. Mas isso é a posse e não a propriedade privada capitalista, que dá renda sem trabalho e escraviza muitos em favor de poucos.





JUSTIÇA COMO LEI DO PROGRESSO SOCIAL



A ordem socioeconômica burguesa, portanto, está errada e deve ser mudada. Mas em que rumo? Proudhon descarta logo a hipótese comunista, que sujeita a pessoa à sociedade. Para Proudhon, o comunismo é religião intolerante, orientada para a di­tadura. Diferentemente dos comunistas, ele prefere “fazer a propriedade queimar em fogo lento, ao invés de dar-lhe novas forças ao fazer uma noite de são Bartolomeu dos proprietários”.

Mas, se a hipótese comunista não funciona, a proposta individualista também não é adequada. Não é adequada porque é ilusório o desenvolvimento sem limites da liberdade dos indivíduos.

Por isso, Proudhon propõe nova ordem social baseada na justiça. E na obra "A justiça na revolução e na Igreja", define a justiça como “o respeito, experimentado espontaneamente e reciprocamente garan­tido, pela dignidade humana, em qualquer circunstância em que esteja envolvida, qualquer que seja o risco a que se exponha sua defesa”.

Segundo Proudhon, a justiça é a lei do progresso. Ela não pode ser só idéia, mas deve ser força ativa do indivíduo e da vida associada. Deve valer “como a primeira e última palavra do destino humano e cole­tivo, a sanção inicial e final de nossa bem- aventurança”. |

Proudhon rejeita a concepção da justiça que a vê imposta ao homem a par­tir de fora, por Deus. Esta é a justiça da revelação, à qual Proudhon contrapõe a justiça da revolução, ou seja, aquela justiça imanente à consciência e à história huma­na. Para Proudhon, a justiça é imanente e progressiva.



CRÍTICA AO COLETIVISMO E AO COMUNISMO

É precisamente através da idéia de justiça que Proudhon vai críticar qualquer solução coletivista do problema econômico. Se todos os meios de produção são colocados nas mãos do Estado, então a liberdade dos indivíduos é limitada até o ponto de sufocá-la, au­mentando a desigualdade social ao invés de diminuí-la.



A idéia de Proudhon é de que o comu­nismo nunca poderá respeitar a dignidade da pessoa e os valores da família. O comu­nismo não elimina os males da propriedade privada, mas muito mais os leva à exaspe­ração: no comunismo, o Estado torna-se proprietário não só dos bens materiais, mas também dos cidadãos. O comunismo pretende nacionalizar não só as indústrias, mas também a vida dos homens. Ele é o anúncio do Estado de caserna e do despo­tismo policialesco.

Ao contrário, para Proudhon, trata-se de reorganizar a economia, fazendo com que os trabalhadores se tornem proprietários dos meios de produção e, portanto, tenham a possibilidade de autogerir o processo pro­dutivo. Desse modo, o tecido econômico da sociedade passa a se constituir como pluralidade de centros produtores, que se equilibram mutuamente.

Рекомендации по теме
Комментарии
Автор

eu não era anarquista com o tempo fiquei, uma das maiores conclusões que tive sobre a anarquia dá certo quando vejo as eco-vilas uma mistura de anarquia com naturalismo lembra ate monges pela simplicidade.

wagnermarinho
Автор

Excelente vídeo! Cheio de conteúdo e dinâmico, faça mais sobre anarquistas!

NLart
Автор

Muito bem explicado, professor! Parabéns!

thiagosanderson
Автор

Faltou expor que para ele a propriedade é aquilo que tem origem no trabalho e na ocupação, senão a argumentação não tem nenhum sentido. É o mesmo que dizer que a propriedade pertence a quem trabalha nela e não expor o porquê disso ser verdade, como se fosse autoevidente.

megapeiron
Автор

Muito bom achei um bom vídeo sobre Pierre Proudhon.

ricardohistoriaeciencia
Автор

Professor, o senhor não considera que a noção de justiça colocada por Proudhon é completamente subjetiva? Com ares "positivistas" à la Kelsen? Obscurecendo a segurança jurídica? (Falo isso de um ponto de vista da Teoria Geral do Direito de Pachukanis).

O_Martelo_de_Nietzsche
Автор

Obrigado pela aula! Forte abraço Professor!

MarcosRodrigues-Brasil
Автор

Um das poucas coisas questionáveis mesmo nessas ideias de Proudhon é sua teoria de valor-trabalho, mas temos que dar um desconto porque essa teoria só se descobriu errada mesmo a partir de 1871.

lorranneves
Автор

Faltou citar a obra solução do problema social!!!👈

corintomartins
Автор

Muito bom esse vídeo, tem outros de anarquia no canal?

shapola
Автор

Proudhon não era contra propriedade, ele era contra a forma como os grande proprietários da época tinham obtido as suas propriedades, o que é diferente. Ou seja não é literalmente "propriedade é roubo", porque ele até acaba por defender a propriedade como a única forma de garantir liberdade em relação ao estado, e até porque o próprio conceito de roubo depende de um conceito de propriedade e proprietário.
Eu sei que no vídeo é referido que ele não considera todas as propriedades como roubo/furto, mas ainda assim é importante deixar isso bem claro

aurelius
Автор

Só faltou dizer que proudhon era Anarquista

cicerosoares
Автор

Proudhon estava equivocado, pq o Trabalho por si só não gera Riqueza nem para o Trabalhador e Nem para os Donos dos meios de Produção.
Mises desmembrou isso, O Trabalho pra gerar Riqueza precisa Gerar Valor se não o Fizer não gerará Riqueza, Ex: Imagina uma Uma Fábrica de máquinas de escrever nos dias de Hoje na era do IPhone, não geraria Riqueza nem a quem Produz é nem aos donos dos meios de Produção, mas ainda sim haveria Trabalho, então Trabalho por si só Não produz Riqueza, e à Propriedade Privada é a única forma de haver Economia pois se não há Propriedade Privada Não há Preço e sem peço não há Trocas Voluntárias e assim não há Economia. Ex: uma Praça publica (Propriedade Publica) quem pode dar Preço a esta? Ninguém pois se é Público é de todos e se é de todos é de ninguém e se é de ninguém, ninguém pode colocar Preço.

jefersonfreitas
Автор

Movimento pacifista ? Defendia a morte de Bonaparte e dizia q somente o proletário sem intervenção da lei poderia levar a frente a revolução econômica, ou seja, através da força.

ClaudioAdvogado
visit shbcf.ru