Zurita de Oliveira - Romarias

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Esta gravação data de 1954 e pertence à Face B do disco de 78 R.P.M. editado pela "Estoril", em que a Orquestra Típica Portuguesa da Emissora Nacional, dirigida por Belo Marques, acompanha a cançonetista Zurita de Oliveira, na interpretação de dois números musicais do seu reportório, que são "Romarias" e "Vira da Minha Rua".
Este é o número popular das "Romarias", uma Canção do Folclore do Minho, da autoria de Maria da Conceição Piedade, com poesia de António Leite.
Estreada pela Zurita em 1951, aos microfones da Emissora Nacional, teve a seguinte instrumentação da Orquestra Ligeira: 1ª - Trompa - 5º / 1º Clarinete / 1º Fagote / 1º Flauta / 1º Oboé / 1º Saxofone contralto / 1º Trombeta / 1º Trombone / 1º Violino A.B.C. / 2º Saxofone Tenor / 2º Trombeta / 2º Trombone / 3º Trombeta / Alto / Bateria de jazz / Contrabaixo / Partitura / Piano / Violoncelo.
Este tema, mal foi lançado aos microfones, foi um grande sucesso com esta interpretação da Zurita de Oliveira, com activa e regular transmissão radiofónica na Emissora Nacional, tanto nos programas de variedades como nos programas de discos de folclore musical do Programa A.
Aqui, escutamos a interpretação genuína de Zurita, com os seguintes instrumentos da Orquestra Típica Portuguesa, segundo arranjo musical do seu director, o maestro Belo Marques: 1ª Flauta e Oboé / 1º e 2º Clarinete / Acordeon / Bandolim / Mandolas / Partitura / Viola / Violão baixo.
Trata-se de uma canção que espelha com toda a exactidão o cenário ultra-conservador da música ligeira nacional de outros tempos, quando a mesma era influenciada pelos valores reaccionários e conservadores do Estado Novo, e as letras e ritmos musicais ligeiros espelhavam esses valores, sendo sempre um sucesso retumbante e condizente com os pensamentos da maioria dos portugueses.
Isto numa época em que a música comercial era realizada com critérios de qualidade e excelência, cenário que hoje escasseia demais na nossa música actual.
Este registo foi retirado do CD “Sois Inéditas”, de 1992, da “Estoril”, editado em exclusivo pela “Discoteca Amália”, e que já não se encontra em lugar nenhum da Terra, e ao qual tive acesso graças ao Snr. Sergio Ribeiro da Silva.
Em 2013, o disco original foi editado na compilação "Portuguese Sound Archives - Popular Music Vol. Four", editada pela "Tradisom", que reúne em MP3 20 gravações do espólio discográfico do meu amigo José Moças, recentemente doado pelo próprio à Universidade de Aveiro.