Autocompaixão x Autocriticismo

Começaremos a nossa conversa com a seguinte pergunta: por que é que nós cristalizamos a autocrítica e seguimos nos punindo, continuadamente?

O autocriticismo, algo muito comum em todos nós, acontece quando estabelecemos metas das quais não são reais. Ou seja, estabelecemos um patamar muito alto àquilo que desejamos conquistar e realizar, gerando expectativa e cobrança com relação ao nosso desempenho e sobre como devemos agir em uma determinada situação, o que está diretamente ligado ao nosso ego, à nossa vaidade. Sentimos a necessidade de provar a nossa capacidade aos que estão ao nosso redor, sejam eles no âmbito familiar ou empregatício.

Por este motivo, não se vê com muita clareza a autocompaixão. As pessoas têm o costume de achar que ser autocompassivo é o equivalente a ser complacente com as próprias ações, ou seja, uma desculpa para ``folgar´´ consigo mesmo e não dar o seu melhor; entretanto, este não é o caso.
A questão é esta: precisamos alinhar a nossa consciência o mais próxima de um dado de realidade para que consigamos, então, realizar aquilo que desejamos. A consciência em relação ao desenvolvimento de tarefas, à vontade de querer e conquistar coisas, às nossas habilidades, é sempre superior àquilo que realmente é.

Assim sendo, ao percebermos que agimos de maneira ruim ou improdutiva, em vez de nos punirmos, precisamos aceitar que temos limites, pontos fracos e que temos vulnerabilidades. A partir daí, constituindo uma relação com nós mesmos e os nossos atos, podemos definir o que fazer para aplacar a situação, como num ato sincero de pedido de desculpas, por exemplo. Não faz sentido nos prendermos a uma situação do passado, por mais constrangedora ou ruim que tenha sido, e seguirmos ruminando o acontecimento. Por isso a autocompaixão é uma prática tão necessária; precisamos nos cuidar e nos acolher, cultivar o amor-próprio do qual merecemos.

#Autocompaixão #Autocriticismo #Compaixão #Amorpróprio #Carinho #Meditação #Práticameditativa #