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Cotas Raciais em Concursos de Residência Médica | Enare, UEL, SES-DF
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ALERTA DE POLÊMICA!! | Conselho com Classe | 3Cs
Sobre a implementação de cotas raciais (negros, pardos e indígenas) e para PCDs em concursos para residência médica no Brasil, em um cenário de crescente concorrência, dou meu ponto de vista.
Com o aumento exponencial do número de vagas em faculdades de medicina, e as vagas de residência que aumentam em ritmo bem mais lento, o déficit do número de vagas de residência médica aumenta a cada ano, tornando o processo extremamente concorrido e desgastante.
Sendo a residência médica considerada por muitos como definidora para o sucesso profissional na carreira, os ânimos ficam acirrados sobre o tema, e neste cenário desafiador para os novos médicos, ocorreram as recentes mudanças nos editais de concursos de residência médica, incluindo o ENARE, o maior concurso do país, que reservou 30% das vagas para cotistas.
Com as cotas empurradas guela abaixo, apenas como uma medida de politicagem barata, sem uma ampla discussão sobre um tema tão complexo e que impacta na vida de tantas pessoas, outras instituições passaram a usar suas criatividades para criar bizarrices como 100% das vagas para cotistas em determinadas áreas na UEL, informada após os candidatos já terem pagado suas inscrições e outros percentuais altíssimos para cotistas, que não refletem o percentual de candidatos elegíveis, cotas para médicos hipossuficientes, que recebem menos de 1,5 salário mínimo por mês.
Essas bizarrices geraram muito barulho nas sociedades médicas e quando vem o posicionamento do CFM sobre o tema, “a emenda saiu pior que o soneto”. Seu argumento era bem razoável:
“O CFM reconhece a importância das políticas afirmativas para a concretização do princípio de equidade, mas entende que elas não se aplicam para a seleção em residências médicas. Ao ingressarem nos cursos de medicina por meio das cotas, negros, indígenas, quilombolas e portadores de necessidades especiais tiveram acesso ao mesmo ensino que os demais colegas da ampla concorrência. Todos tiveram a mesma formação intelectual e profissional e fazem parte de uma relevante categoria profissional. O registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) significa que todos são médicos, não havendo lacunas de conhecimento que justifiquem um tratamento diferenciado para alguns.”
Mas, quando a instituição inclui que o mecanismo vai causar "DISCRIMINAÇÃO REVERSA”, conceito que NÃO EXISTE, acabou qualquer argumentação, pois mostra claramente seu desconhecimento sobre o tema.
Então, minha opinião é que REPRESENTATIVIDADE é muito importante na luta contra o racismo estrutural, e as cotas estão muito longe de ser a solução ideal. Deveria haver uma sociedade justa em oportunidades, mais vagas de residência, um melhor sistema educacional. Também é óbvio que negros não são mais burros ou menos competentes e que por mais que a probabilidade de um estudante de medicina negro tenha tido maiores dificuldades financeiras na faculdade, precisando trabalhar para se manter, sustentar a família no momento que pega seu CRM é maior. Mas, que muitos brancos também vivem a mesma situação.
É ÓBVIO TAMBÉM QUE COTAS NÃO VÃO CORRIGIR TODAS AS INJUSTIÇAS DO MUNDO E QUE VÃO GERAR NOVOS INJUSTIÇADOS. Mas, fato é que é a forma mais rápida de equilibrar um pouco o que é muito desequilibrado em um país tão desigual como o nosso. A presença de médicos negros aumentou muito nos últimos anos com a instituição de cotas no vestibular, mas ainda não é tão presente entre especialidades médicas, entre posições de prestígio na medicina, então reservar um percentual a eles não me parece uma ideia absurda.
Mas, claro que o percentual deve ser compatível para que abra oportunidades aos negros, pardos, indígenas e PCDs, mas sem tirar a oportunidade dos demais médicos, que depositam a sua expectativa de uma carreira de sucesso em participar de uma residência médica prestigiada.
Qual seria esse percentual, então? CLARO que eu não sei. E nem eles sabem. Porque usaram o tema para fazer política e não o estudaram de forma aprofundada como tema tão complexo merece. E agora vira esse cabo de guerra entre os totalmente contras e os totalmente a favor, em que, como diria minha amiga Dilma, TODO MUNDO VAI PERDER. A sociedade perde, a discussão séria perde, os negros que passam por cotas chegam ainda mais discriminados e odiados e perdem também.
Então, me conte, VOCÊ: Qual é a sua opinião sobre o tema?
#cotas #cotasraciais #residênciamédica #Medicina #Concursos #ENARE #Representatividade #equidaderacial
Sobre a implementação de cotas raciais (negros, pardos e indígenas) e para PCDs em concursos para residência médica no Brasil, em um cenário de crescente concorrência, dou meu ponto de vista.
Com o aumento exponencial do número de vagas em faculdades de medicina, e as vagas de residência que aumentam em ritmo bem mais lento, o déficit do número de vagas de residência médica aumenta a cada ano, tornando o processo extremamente concorrido e desgastante.
Sendo a residência médica considerada por muitos como definidora para o sucesso profissional na carreira, os ânimos ficam acirrados sobre o tema, e neste cenário desafiador para os novos médicos, ocorreram as recentes mudanças nos editais de concursos de residência médica, incluindo o ENARE, o maior concurso do país, que reservou 30% das vagas para cotistas.
Com as cotas empurradas guela abaixo, apenas como uma medida de politicagem barata, sem uma ampla discussão sobre um tema tão complexo e que impacta na vida de tantas pessoas, outras instituições passaram a usar suas criatividades para criar bizarrices como 100% das vagas para cotistas em determinadas áreas na UEL, informada após os candidatos já terem pagado suas inscrições e outros percentuais altíssimos para cotistas, que não refletem o percentual de candidatos elegíveis, cotas para médicos hipossuficientes, que recebem menos de 1,5 salário mínimo por mês.
Essas bizarrices geraram muito barulho nas sociedades médicas e quando vem o posicionamento do CFM sobre o tema, “a emenda saiu pior que o soneto”. Seu argumento era bem razoável:
“O CFM reconhece a importância das políticas afirmativas para a concretização do princípio de equidade, mas entende que elas não se aplicam para a seleção em residências médicas. Ao ingressarem nos cursos de medicina por meio das cotas, negros, indígenas, quilombolas e portadores de necessidades especiais tiveram acesso ao mesmo ensino que os demais colegas da ampla concorrência. Todos tiveram a mesma formação intelectual e profissional e fazem parte de uma relevante categoria profissional. O registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) significa que todos são médicos, não havendo lacunas de conhecimento que justifiquem um tratamento diferenciado para alguns.”
Mas, quando a instituição inclui que o mecanismo vai causar "DISCRIMINAÇÃO REVERSA”, conceito que NÃO EXISTE, acabou qualquer argumentação, pois mostra claramente seu desconhecimento sobre o tema.
Então, minha opinião é que REPRESENTATIVIDADE é muito importante na luta contra o racismo estrutural, e as cotas estão muito longe de ser a solução ideal. Deveria haver uma sociedade justa em oportunidades, mais vagas de residência, um melhor sistema educacional. Também é óbvio que negros não são mais burros ou menos competentes e que por mais que a probabilidade de um estudante de medicina negro tenha tido maiores dificuldades financeiras na faculdade, precisando trabalhar para se manter, sustentar a família no momento que pega seu CRM é maior. Mas, que muitos brancos também vivem a mesma situação.
É ÓBVIO TAMBÉM QUE COTAS NÃO VÃO CORRIGIR TODAS AS INJUSTIÇAS DO MUNDO E QUE VÃO GERAR NOVOS INJUSTIÇADOS. Mas, fato é que é a forma mais rápida de equilibrar um pouco o que é muito desequilibrado em um país tão desigual como o nosso. A presença de médicos negros aumentou muito nos últimos anos com a instituição de cotas no vestibular, mas ainda não é tão presente entre especialidades médicas, entre posições de prestígio na medicina, então reservar um percentual a eles não me parece uma ideia absurda.
Mas, claro que o percentual deve ser compatível para que abra oportunidades aos negros, pardos, indígenas e PCDs, mas sem tirar a oportunidade dos demais médicos, que depositam a sua expectativa de uma carreira de sucesso em participar de uma residência médica prestigiada.
Qual seria esse percentual, então? CLARO que eu não sei. E nem eles sabem. Porque usaram o tema para fazer política e não o estudaram de forma aprofundada como tema tão complexo merece. E agora vira esse cabo de guerra entre os totalmente contras e os totalmente a favor, em que, como diria minha amiga Dilma, TODO MUNDO VAI PERDER. A sociedade perde, a discussão séria perde, os negros que passam por cotas chegam ainda mais discriminados e odiados e perdem também.
Então, me conte, VOCÊ: Qual é a sua opinião sobre o tema?
#cotas #cotasraciais #residênciamédica #Medicina #Concursos #ENARE #Representatividade #equidaderacial
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