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O JULGAMENTO DE SÓCRATES SOB A LUZ DO DIREITO

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Quando se trata de julgamento é necessário deixar claro que não basta apenas proceder ao estudo formal das leis, é preciso ir muito mais além. Faz-se mister, saber qual a reação causada pela sociedade; para qual fração do grupo se dirigirá esse julgamento; saber os efeitos que levaram ao exame especulativo e, por fim, ter a certeza de que as leis foram utilizadas com bom proveito.
No ano de 399 ou 400 a. C., em Atenas, perante o júri popular composto por mais de 500 juízes, Sócrates, filho de Sofronisco e de Fenareta, foi acusado por Meleto, Ânito e Lícon, de conspirar contra o Estado, não acreditando nos deuses e por corromper a juventude.
Sócrates vivia em Atenas, na Grécia, cerca de 500 anos antes do nascimento de Cristo. Possuía como peculiaridade o uso constante da Maiuêtica, método este que leciona a respeito do parto das ideias, que os cidadãos carregam consigo, e que precisam ser exteriorizadas. Em outras palavras, trata-se do "processo dialético, pedagógico e socrático, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, o conceito geral em questão".
Sócrates andava de praça em praça conversando e trocando ideias com as pessoas, ele utilizava do seu método maiêutico (o parto das ideias), que consistia em instigar o seu parceiro com perguntas, e o sujeito escolhido vai respondê-las dentro do seu limite racional, e a partir disso ele começa a refletir sobre as respostas que recebera e depois disso daria à luz as novas ideias e conhecimentos. Mas ele fazia questão de ensinar aos outros a arte de pensar, e nos seus diálogos com os atenienses compartilhava o que ele sabia da vida e das coisas. Então é de praxe que ele tenha tido novas ideias da realidade onde vivia. Como sobre a política, foi por meio dela que fez muitas críticas ao governo vigente na época, os poderosos sabendo disso ficaram furiosos, utilizaram da lei (que estava ao seu favor) contra um mero mestre que na verdade não tinha interesse em corromper os jovens, mas ensiná-los a viver melhor e ter um pouco mais de compreensão da vida e das coisas e, sobretudo das crenças e sistemas sociais. Se ele apresentou novas ideias a esses jovens, ele tinha todo o direito e se ele foi condenado por isso, com certeza não foi um julgamento válido.
Bibliografia
ANDREWES, Antony. Greek society. London: Penguin Books, 1991. ARISTÓFANES. As Nuvens. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. ______. Lisístrata. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
ARISTÓTELES. A Constituição de Atenas. São Paulo: Hucitec, 1995. ______. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ______. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova Cultura. Coleção Os Pensadores, 1987.
BERNAL, Martin. Black Athena: the afroasiatic roots of classical civilization. London: Vintage Books, 1991.
Benoit, H. (1996). Sócrates, o nascimento da razão negativa. São Paulo: Moderna.
BLOCH, Marc. Introdução à história. Sintra: Europa América, 1997.
Gross, S. R., O’Brien, B., Hu, C., & Kennedy, E. H. (28 de Abril de 2014). Rate of false conviction of criminal defendants who are. PNAS - Proceedings of the National Academy of Sciences, pp. 01-06.
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No ano de 399 ou 400 a. C., em Atenas, perante o júri popular composto por mais de 500 juízes, Sócrates, filho de Sofronisco e de Fenareta, foi acusado por Meleto, Ânito e Lícon, de conspirar contra o Estado, não acreditando nos deuses e por corromper a juventude.
Sócrates vivia em Atenas, na Grécia, cerca de 500 anos antes do nascimento de Cristo. Possuía como peculiaridade o uso constante da Maiuêtica, método este que leciona a respeito do parto das ideias, que os cidadãos carregam consigo, e que precisam ser exteriorizadas. Em outras palavras, trata-se do "processo dialético, pedagógico e socrático, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, o conceito geral em questão".
Sócrates andava de praça em praça conversando e trocando ideias com as pessoas, ele utilizava do seu método maiêutico (o parto das ideias), que consistia em instigar o seu parceiro com perguntas, e o sujeito escolhido vai respondê-las dentro do seu limite racional, e a partir disso ele começa a refletir sobre as respostas que recebera e depois disso daria à luz as novas ideias e conhecimentos. Mas ele fazia questão de ensinar aos outros a arte de pensar, e nos seus diálogos com os atenienses compartilhava o que ele sabia da vida e das coisas. Então é de praxe que ele tenha tido novas ideias da realidade onde vivia. Como sobre a política, foi por meio dela que fez muitas críticas ao governo vigente na época, os poderosos sabendo disso ficaram furiosos, utilizaram da lei (que estava ao seu favor) contra um mero mestre que na verdade não tinha interesse em corromper os jovens, mas ensiná-los a viver melhor e ter um pouco mais de compreensão da vida e das coisas e, sobretudo das crenças e sistemas sociais. Se ele apresentou novas ideias a esses jovens, ele tinha todo o direito e se ele foi condenado por isso, com certeza não foi um julgamento válido.
Bibliografia
ANDREWES, Antony. Greek society. London: Penguin Books, 1991. ARISTÓFANES. As Nuvens. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. ______. Lisístrata. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
ARISTÓTELES. A Constituição de Atenas. São Paulo: Hucitec, 1995. ______. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ______. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova Cultura. Coleção Os Pensadores, 1987.
BERNAL, Martin. Black Athena: the afroasiatic roots of classical civilization. London: Vintage Books, 1991.
Benoit, H. (1996). Sócrates, o nascimento da razão negativa. São Paulo: Moderna.
BLOCH, Marc. Introdução à história. Sintra: Europa América, 1997.
Gross, S. R., O’Brien, B., Hu, C., & Kennedy, E. H. (28 de Abril de 2014). Rate of false conviction of criminal defendants who are. PNAS - Proceedings of the National Academy of Sciences, pp. 01-06.
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