O Crédito A 100% Para Comprar Casa Não Vai Funcionar Por Estes 2 Motivos

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Uma das medidas mais defendidas pelo novo governo para a solução a curto-médio prazo do problema que é a incapacidade da compra de casa por parte da população portuguesa, em particular da camada mais jovem é o financiamento a 100%. Na prática, deixar de ser preciso capital próprio para a compra da primeira casa para jovens até aos 35 anos. Só que, nos moldes em que está pensada atualmente, muito antes do facto de eventualmente este aumento da procura face à mesma quantidade de casas resultar numa subida astronómica dos preços, para além dos salários serem insuficientes para suportar as prestações bancárias relacionadas com a aquisição destas habitações, independentemente de não ser preciso uma grande quantidade de dinheiro à cabeça, há 2 problemas. 2 problemas que tornam estes dois que acabei de referir completamente irrelevantes porque nada vai acontecer. Mesmo que houvesse casas, mesmo que os preços não aumentassem, mesmo que os salários conseguissem suportar as taxas de esforço exigidas (e já vou explicar o que é que isto quer dizer mais em detalhe), há 2 entraves que ainda não vi serem referidos e que me levam a concluir que esta medida simplesmente não é concretizável. Vejamos melhor então em que é que consiste esta ideia da Aliança Democrática, quais são as maiores barreiras à sua concretização e algumas sugestões para que se resolva efetivamente o problema.

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INFORMAÇÃO GERAL ÚTIL

O meu nome é João Zoio e sou um jovem empreendedor com 23 anos que a partir dos 16 tem tido a oportunidade de estar inserido em cenários laborais exigentes e com um ritmo elevado.

Atualmente presto consultoria de investimento imobiliário a clientes particulares, e consultoria de marketing a promotoras imobiliárias, depois de ter sido sócio de uma das melhores equipas de mediação imobiliária do país.

Para qualquer tema relacionado com parcerias, negócios ou serviços de consultoria imobiliária, podem contactar-me através das DMs no Instagram. Obrigado!
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Nada do que é mencionado no vídeo deve ser tomado como uma recomendação financeira, não sou consultor financeiro.
A informação apresentada estava correta à data de gravação do vídeo, mas pode entretanto ter sofrido alterações.
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Комментарии
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Um breve esclarecimento:
1) O meu ponto com este vídeo é um e um apenas: esta medida pretende eliminar a necessidade da existência de uma "entrada" para os jovens e a meu ver não funciona pelos 2 motivos enunciados.

2) Não é imprescindível que a transação ocorra em 2 momentos, mas convém interpretar as coisas no contexto em que se inserem. Jovens que não têm dinheiro para comprar casa vão recorrer a crédito. Como parte do processo de concessão de crédito, é necessária a indicação de um imóvel para que seja feita a sua avaliação, que tem um custo a rondar os ~200-300€. Para evitar que este custo seja assumido em vão, ou que o imóvel que se quer seja vendido a outra pessoa qualquer, é comum que existam estes 2 passos, como é lógico.

3) Ocorrendo a transação em 2 momentos, poder-se-á dizer que não é obrigatório o pagamento de um sinal no momento da assinatura do CPCV. Sim, não é obrigatório - está inteiramente dependente do que as partes acordarem. Na vida real, se há quem esteja a vender e concorde assinar um CPCV sem o pagamento de um sinal para que não corra o risco de tirar o imóvel do mercado em vão, não conheço nem nunca vi. Não havendo quem assine um CPCV sem um sinal e pretendendo a medida eliminar a necessidade da existência de uma "entrada" para os jovens... não funciona.

4) O vídeo não tem cor política, é-me completamente irrelevante ser uma medida da AD ou do PS - não voto em nenhum deles e não fui pago para fazer propaganda a ninguém.

5) O objetivo não é mandar nada abaixo. Acho muito positivo pensar em soluções para a crise da habitação. Quero acima de tudo, fomentar o diálogo e o pensamento crítico.

JoaoZoio
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Vou colocar aqui a minha experiência como emigrante e ter comprado imóvel no país que resido é os Países Baixos e talvez o governo pudesse estudar como outros países trabalham no que toca habitação para melhorar as condições dos portugueses.

1.Aqui nós tivemos 100% de crédito habitação
2.Assumimos os custos de comprador (Que devem ser praticamente os mesmos custos que existe em Portugal)
3.Aqui quando decidimos avançar para a compra assinamos um contrato que é como se fosse o CPCV com o compromisso que se da nossa parte e da parte do vendedor houvesse uma desistência teríamos que pagar um valor x se fosse ao contrário eles teria que dar y. (Portanto aqui é eliminado o sinal)
4.Os custos de comprador foram pagos 2 dias antes da escritura, e o dinheiro do proprietário em relação á venda penso não cair em erro mas foi efetuado no dia da escritura.

Aqui o que vejo que poderia facilitar de certo modo era retirar o sinal, o banco efetuar o pagamento dos 100% no ato da escritura, o novo proprietário recebe a chave e o antigo o dinheiro.

Não sei se faz sentido mas foi a minha experiência.

carlostavares
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Olá João. Até há 6 anos atrás, os "100% financiamento" era algo normal e existia. Ainda fiz alguns 😊 O método usado no cpcv era cheque caução à guarda da agência, em vez de sinal. Mesmo 🎉sendo um cheque sem cobertura porque efetivamente os clientes não tinham esse valor nas suas contas, era uma garantia como não iriam desistir do negócio. Relativamente à LTV tens bancos a 90%, pelo que basta a avaliação vir pelo valor do imóvel. Também não problema. Não vejo nenhuma das tuas preocupações, um problema. Aja boa vontade e dar oportunidade a quem não as tenha. 😊

neuzacarvalho
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depois há ainda outros fatores tipo de falta de construção disponível. se a oferta disparar com o numero de casas (muitas delas parecem bunkers ou destroços de guerra), vai tudo disparar de preço e depois também não se consegue comprar mas desta vez pelo preço.
Junta lhe o fator burocrático para quem quer construir, reconstruir e renovar, que leva a anos de espera agora, imagina com financiamento a 100% o overload que vai ser para a capacidade disponível.
isto é uma medida para mandar areia para os olhos, não é uma real solução.

luissantos
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Dou graças a ter tido a coragem de comprar casa em 2016. Foi financiado a 100% sem problemas nem confusões. Obviamente paguei as burocracias ( eficiência energética, escritura, avaliação, afins... ), e comprei a casa por 1/3, 1/4 em alguns casos, do preço atual.
Resumindo o processo da compra da casa, desde o dia da entrega da primeira documentação à escritura, durou 1 semana.

pedrobarreiro
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O que seria de nós jovens sem um João Zoio para trazer clareza nestes temas que, por si só, já são bastantes complexos. Obrigado por este serviço público que tu fazes gratuitamente.

crsergio
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Há um outro motivo pelo qual o crédito a 100% não vai funcionar: já temos neste momento um desiquilibrio entre procura e oferta, e esta medida aumenta potencialmente ainda mais a procura.

Não quero com isto que não seja uma medida positiva. Mas se não se criarem igualmente facilidades para gerar mais oferta, é uma medida que pode ser contraproducente.

pedrocalvin
Автор

Obrigada João por mais um excelente video. Bastante esclarecedor! Antes de ver o teu video, já achava estas medidas eram uma "armadilha", e ainda mais para alguns jovens que não sabem bem como gerir o dinheiro. No minuto 9:47, não querias dizer 2008?? Porque comprei a minha casa em 2011, após a crise de 2008, e já tive bastantes restrições, 80% financiamento, spread altíssimo, porque nessa altura os bancos não queriam muito financiar a habitação (palavras do próprio banco).
Antes de 2008, sim, existiam familias que com o crédito, compravam a casa, o carro e mobilavam.. 😂

monicapereira
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Boas João! Excelente "embate" ao problema criado pela solução e mesmo sendo carinhoso e dizer que as casas têm de ser avaliadas em mais 15% do valor de compra mesmo assim o valor nao chegava, teria de ser mesmo 17, 65% (aproximadamente).

fabioalmeida
Автор

A isenção de IMT e IS é muito bom, era dinheiro deitado ao lixo, assim só deitamos dinheiro significativo ao lixo em juros

JoaoCarlos-khpn
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Crias dois problemas que não existem: no 1o, sabes bem que não precisas de 2 contratos para comprar casa, o cpcv n é obrigatório, para além de que nada obriga que o sinal seja sempre no mínimo 10%. No 2o, os bancos avaliam geralmente os imóveis por cima, e tb sabes que isso é prática no sector

Luigybruno
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Obrigado pelo teu ponto de vista. Apresentas alguns pontos que nível a nível nacional ninguém falou...
Obrigado pelo conteúdo e parabéns!!

carinosalatiel
Автор

Vídeo espetacular! Super claro, ainda não tinha encontrado em nenhum lado a explicarem esses potenciais entraves. Parece que vai ser muito complexo e difícil contornar isso.

andresoares
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João, de facto mal a medida saiu cá para fora deparei-me logo com essa questão. Efetivamente os 10% não são para o banco mas sim para o promitente vendedor na data da outorga do CPCV. Os jovens terão de ter na mesma os 10% para a entrada.

ritamonteiro
Автор

Muito obrigada pela partilha de informação! Gosto imenso do canal e do conteúdo que trazes, sendo eu leiga nestes assuntos! 👏🏻

anagomes
Автор

Há muitas formas de comprar casa, poderá ser em construção e há um delsy entre o CPCCV e a escritura, em vários imóveis vendidos por mim baixei o sinal inicial e tentei incentivar uma "prestação" mensal de reforço de sinal, no caso de habitação já concluída o processo é muito rápido e isenta CPCV, no máximo exije o cheque caução.
De qualquer forma são boas medidas se adaptadas ao caso particular de cada um.
A isenção de IMT e selo deveria ser alargada a todas as aquisições de primeira habilitação.
É um tema que tem que ser analisado de forma mais abrangente..
Bom video mas nem tudo é mão, entre fazer menos bem ou nada é sempre melhor arriscar !!

pedrodacostapinto
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O que não funciona é o financiamento a 90% em que as pessoas abdicam das almofadas financeiras que podiam ajudar durante um qualquer problema durante a vida para dar uma entrada 🙄

luisamaral
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Super conteúdo, parabéns pelo canal. Neste video acho que foste dar uma grande volta ao assunto. O objectivo seria dar carta verde aos bancos para emprestarem os 100% (à moda antiga) que o estado assegura os 10% em caso de incumprimento. Coloca-se só a questão do cpcv, que ainda que muito corrente, não é obrigatório para ninguém e o sinal não tem de ser significativo. Para clientes leais e estáveis, que já pagam rendas astronomicas mensalmente, com um "certificado de garantia do estado" os bancos não demorariam assim tanto tempo a desbloquear empréstimos.. é o meu ponto de vista..

susanamsb
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Ora vai a minha experiência...
Comprei casa em 2006, em construção. O banco emprestou logo o dinheiro da entrada... um ano depois fiz a escritura e o banco pagou os restantes 90% e ainda todos os custos da escritura.
Passado mais um ano todos sabem o que aconteceu... crise de 2008. A prestação triplicou e tive que entregar a casa ao banco. Mesmo sem dever nada, dei a casa e ainda mais 15000 da desvalorização do imovel.
Lição: se não tenho dinheiro para entrada será que é viável comprar? O melhor é comecar cedo a fazer poupanças e investimentos e adiar 10 anitos a compra da casa...

matematicadamonica
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Olá João, antes demais parabéns pelo video. Mais uma vez informação com qualidade!
Contudo um pequeno reparo, não devemos comparar o sinal como sendo um valor de entrada, uma vez que este é uma figura jurídica. Nomeadamente a função do sinal nos termos do art.442° do Código Civil, é para punir a parte que incumprir com um contrato de promessa, no caso funciona este como uma cláusula que pune a parte que entrar em incumprimento em diversos cenários, podendo restar consequências como restituição do mesmo em dobro, retenção pelo promitente vendedor, tal como espelha o art.442°.
Em suma, um pequeno reparo para ajudar a ficar aquilo que já é muito rigoroso, isto é o trabalho que gratuitamente nos prestas.
Abraço amigo, obrigado mais uma vez!!

freitas