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O SDMA veio substituir a ureia e a creatinina? | Dra. Patrícia Mosko
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Atualmente existem na rotina três biomarcadores para avaliação da taxa de filtração glomerular: a creatinina, a ureia e a SDMA. Ou seja, são três exames de sangue que avaliam a função de filtração que os rins exercem.
Quando os rins estão enfermos e reduzem a capacidade de filtrar, sabemos que filtrando menos, maior será o acúmulo de uma substância na corrente circulatória. É preciso lembrar que os rins não perdem a capacidade de filtrar de forma seletiva, ou seja, filtram mais de uma substância e menos de outra. A proporção de filtração será mantida, mesmo no rim doente.
Sabemos também que, nos animais, a proporção normal no sangue é de 1mg/dL de creatinina para cada 40mg/dL de ureia (a proporção creatinina-ureia de 1:40). Então, se dividirmos o valor de ureia pelo valor de creatinina, obtemos um valor aproximado de 40. Por exemplo: um paciente com 32mg/dL de ureia, deverá apresentar aproximadamente 0,8mg/dL de creatinina. Para um paciente que apresenta 3,0mg/dL de creatinina, espera-se que ele tenha 120mg/dL de ureia. Logo, se esta proporção estiver alterada, isso indicará que existe um local fora do rim (que chamamos de componente extrarrenal) onde há maior produção de uma ou de outra substância. Se a razão for menor do que 40, espera-se que haja produção maior de creatinina e isso ocorre nos pacientes em que se há lesão muscular ou quebra/uso de massa magra como fonte de energia. Se a razão for maior do que 40, espera-se que haja uma produção maior de ureia e isso ocorre nos pacientes com dieta inadequada ou com inflamação intestinal – quando há desbalanço do microbioma e as bactérias produtoras de ureia se sobrepõe às bactérias boas.
O SDMA é um biomarcador mais sensível e por isso não obedece à uma proporção como a ureia e a creatinina, mas concorda que este biomarcador não pode destoar muito? Por ser mais sensível, ele apontará a redução da taxa de filtração respeitando os estágios propostos pela IRIS, e no máximo, apontando para o estágio seguinte, por exemplo: se um paciente é classificado como DRC estágio 2 baseando-se no valor de creatinina, o SDMA também estará nos valores de referência propostos para o estágio 2 ou, no máximo, indicará o início do estágio 3. Se os valores de SDMA estiverem muito aumentados, sugerindo estágio 4, é possível que este paciente tenha uma fonte extrarrenal de produção de SDMA, como nos pacientes com linfoma, hipertireoidismo e processos inflamatórios ou infecciosos graves.
Então, apesar destes três biomarcadores avaliarem a mesma função, cada um deles tem características próprias - que podem nos auxiliar (e muito!) no entendimento do quadro sistêmico do paciente. Se a ureia estiver desproporcionalmente aumentada procure por: dieta rica em proteína, disbiose intestinal, verminose ou inflamações intestinais; se a creatinina estiver desproporcionalmente aumentada procure por: doença cardíaca (que leva à má circulação nos músculos e perda de massa magra), balanço energético negativo (seu paciente está comendo menos do que deveria ou gastando mais do que deveria e por isso perdendo peso por consumo de massa magra) e por lesões musculares. Se o SDMA estiver desproporcionalmente aumentado procure por focos inflamatórios/infecciosos graves, hipertireoidismo (inclusive excesso de suplementação de T4 nos pacientes hipotireoideos) ou neoplasias (especialmente o linfoma).
O uso dos três biomarcadores pode te auxiliar no diagnóstico de problemas extrarrenais que estejam impedindo seu paciente de estabilizar a função renal. Desta forma, fica claro compreender que o SDMA não veio substituir a avaliação da ureia e de creatinina, mas sim somar informações!
Só não esqueça que a desidratação (mesmo que subclínica) e a hipotensão podem levar ao aumento dos três biomarcadores – que chamados de componente pré renal. Por isso, avalie sempre o estado de hidratação e a pressão arterial de todo paciente doente renal! É importante corrigir estes fatores antes de avaliar os biomarcadores na circulação.
Quando os rins estão enfermos e reduzem a capacidade de filtrar, sabemos que filtrando menos, maior será o acúmulo de uma substância na corrente circulatória. É preciso lembrar que os rins não perdem a capacidade de filtrar de forma seletiva, ou seja, filtram mais de uma substância e menos de outra. A proporção de filtração será mantida, mesmo no rim doente.
Sabemos também que, nos animais, a proporção normal no sangue é de 1mg/dL de creatinina para cada 40mg/dL de ureia (a proporção creatinina-ureia de 1:40). Então, se dividirmos o valor de ureia pelo valor de creatinina, obtemos um valor aproximado de 40. Por exemplo: um paciente com 32mg/dL de ureia, deverá apresentar aproximadamente 0,8mg/dL de creatinina. Para um paciente que apresenta 3,0mg/dL de creatinina, espera-se que ele tenha 120mg/dL de ureia. Logo, se esta proporção estiver alterada, isso indicará que existe um local fora do rim (que chamamos de componente extrarrenal) onde há maior produção de uma ou de outra substância. Se a razão for menor do que 40, espera-se que haja produção maior de creatinina e isso ocorre nos pacientes em que se há lesão muscular ou quebra/uso de massa magra como fonte de energia. Se a razão for maior do que 40, espera-se que haja uma produção maior de ureia e isso ocorre nos pacientes com dieta inadequada ou com inflamação intestinal – quando há desbalanço do microbioma e as bactérias produtoras de ureia se sobrepõe às bactérias boas.
O SDMA é um biomarcador mais sensível e por isso não obedece à uma proporção como a ureia e a creatinina, mas concorda que este biomarcador não pode destoar muito? Por ser mais sensível, ele apontará a redução da taxa de filtração respeitando os estágios propostos pela IRIS, e no máximo, apontando para o estágio seguinte, por exemplo: se um paciente é classificado como DRC estágio 2 baseando-se no valor de creatinina, o SDMA também estará nos valores de referência propostos para o estágio 2 ou, no máximo, indicará o início do estágio 3. Se os valores de SDMA estiverem muito aumentados, sugerindo estágio 4, é possível que este paciente tenha uma fonte extrarrenal de produção de SDMA, como nos pacientes com linfoma, hipertireoidismo e processos inflamatórios ou infecciosos graves.
Então, apesar destes três biomarcadores avaliarem a mesma função, cada um deles tem características próprias - que podem nos auxiliar (e muito!) no entendimento do quadro sistêmico do paciente. Se a ureia estiver desproporcionalmente aumentada procure por: dieta rica em proteína, disbiose intestinal, verminose ou inflamações intestinais; se a creatinina estiver desproporcionalmente aumentada procure por: doença cardíaca (que leva à má circulação nos músculos e perda de massa magra), balanço energético negativo (seu paciente está comendo menos do que deveria ou gastando mais do que deveria e por isso perdendo peso por consumo de massa magra) e por lesões musculares. Se o SDMA estiver desproporcionalmente aumentado procure por focos inflamatórios/infecciosos graves, hipertireoidismo (inclusive excesso de suplementação de T4 nos pacientes hipotireoideos) ou neoplasias (especialmente o linfoma).
O uso dos três biomarcadores pode te auxiliar no diagnóstico de problemas extrarrenais que estejam impedindo seu paciente de estabilizar a função renal. Desta forma, fica claro compreender que o SDMA não veio substituir a avaliação da ureia e de creatinina, mas sim somar informações!
Só não esqueça que a desidratação (mesmo que subclínica) e a hipotensão podem levar ao aumento dos três biomarcadores – que chamados de componente pré renal. Por isso, avalie sempre o estado de hidratação e a pressão arterial de todo paciente doente renal! É importante corrigir estes fatores antes de avaliar os biomarcadores na circulação.
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