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Pedaço de mim (Chico Buarque)
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'Pedaço de mim' é música integrante do espetáculo teatral 'Ópera do malandro' - obra magistral composta por Chico Buarque no final da década de 1970 que descortina os mecanismos e os meandros através dos quais se move uma sociedade e, mais que isso, apresenta, um a um, os indivíduos que a compõem.
Num enredo pontuado por acidez e ironia sobre situações absurdas normalizadas conforme a conveniência, Chico soube encontrar espaço para nos presentear também com poesia e delicadeza na acurada escolha de palavras que, criando imagens e metáforas perfeitas num momento de despedida de dois personagens da peça, ajudam a definir o que é saudade - sentimento agora palpável, tangível, tão concreto o sentimos a partir desta canção.
♪
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
que a saudade é o pior tormento
é pior do que o esquecimento
é pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
que a saudade dói como um barco
que aos poucos descreve um arco
e evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
que a saudade é o revés de um parto
a saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o que há de ti
que a saudade dói latejada
é assim como uma fisgada
no membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
que a saudade é o pior castigo
e eu não quero levar comigo
a mortalha do amor
Adeus.
Num enredo pontuado por acidez e ironia sobre situações absurdas normalizadas conforme a conveniência, Chico soube encontrar espaço para nos presentear também com poesia e delicadeza na acurada escolha de palavras que, criando imagens e metáforas perfeitas num momento de despedida de dois personagens da peça, ajudam a definir o que é saudade - sentimento agora palpável, tangível, tão concreto o sentimos a partir desta canção.
♪
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
que a saudade é o pior tormento
é pior do que o esquecimento
é pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
que a saudade dói como um barco
que aos poucos descreve um arco
e evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
que a saudade é o revés de um parto
a saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o que há de ti
que a saudade dói latejada
é assim como uma fisgada
no membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
que a saudade é o pior castigo
e eu não quero levar comigo
a mortalha do amor
Adeus.
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