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Retardantes de chamas são tóxicos? #60
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Vane Costa é Engenheira Florestal e Engenheira de Segurança do Trabalho.
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A primeira coisa que quero falar como engenheira florestal sobre incêndios florestais é sobre prevenção.
Se a ocorrência de incêndios florestais pudesse ser prevenida, todos os danos produzidos pelo fogo, além dos custos de combate, seriam evitados. Afinal, um incêndio prevenido não precisa ser combatido e não causa nenhum dano.
Os retardantes devem ser usados em último caso quando todo o possível já foi usado.
O que são os retardantes de chamas?
Os retardantes de chama atuam ( como o próprio nome já diz) retardando a propagação das chamas por meio de ações físicas ou químicas. No caso das físicas, agem por meio de resfriamento quando os produtos liberam partículas de água ao serem expostos ao calor, ou pela formação de uma camada protetora que envolve os materiais.
Já nas ações químicas, na presença de calor os retardantes reagem com o ar, produzindo gases não combustíveis que reduzem o suprimento de oxigênio utilizado pela combustão ou inibem a combustão formando uma camada protetora.
De acordo com sua composição e propósito de uso, os retardantes podem ser classificados em dois tipos:
1- Retardantes de curta duração
2- Retardantes de longa duração
Eles são divididos em quatro grandes grupos:
1) inorgânicos (hidróxidos de alumínio, antimônio e estanho);
2) orgânicos halogenados (clorados e bromados);
3) organofosforados e
4) à base de nitrogênio.
Vamos falar sobre a toxicidade deste produto?
Uma coisa é clara.
Colocar retardante no meio ambiente pode ter efeitos tóxicos em organismos.
Inicialmente, pensava-se que os retardantes não teriam nenhum efeito adverso sobre o meio ambiente, já que seus principais ingredientes ativos são fertilizantes agrícolas, no entanto, mesmo substâncias com baixa toxicidade podem provocar impactos ambientais quando sua intensidade de uso é alta.
Alguns componentes presentes na composição de retardantes de chama, são tóxicos. Como a amônia por exemplo que está presente na maioria dos produtos retardantes de longa duração.
Os estudos de toxicidade realizados com retardantes podem ser classificados por:
a) efeito na qualidade da água e, consequentemente, nos organismos aquáticos;
b) efeitos de toxicidade na vegetação; e
c) efeitos de toxicidade em humanos.
Estudos mostraram que a toxicidade de retardantes de chama de longa duração pode ser aumentada na presença de radiação UV-B e água. Esse impacto foi registrado nos peixes truta-arco íris Oncorhynchus mykiss e sobre rãs-leopardo Rana sphenocephala. (esse estudo foi feito nos EUA, é bom ressaltar)
Um componente que aumenta a toxicidade nessa situação é o ferrocianeto de sódio que está na composição de alguns retardantes.
Quando os retardantes de chama são aplicados em excesso, esses produtos químicos podem penetrar no solo e nas plantas provocando efeitos tóxicos na vegetação.O sulfato de amônio, um componente comum em retardantes de longa duração, danifica e mata folhas conforme testes realizados em florestas de eucalipto. Essa substância pode afetar também o nível de cobertura da vegetação e o número de espécies vegetais, no entanto, é solúvel em água e pode ser eliminado pela chuva.
Qual a situação que esses retardantes de chamas seriam utilizados no brasil?
Embora os retardantes para o combate a incêndios florestais sejam utilizados em algumas regiões do mundo, no Brasil ainda não existem regulamentos ou dispositivos legais estabelecendo critérios para avaliação destes produtos, bem como procedimentos padrão para seu uso.
O ibama faz algumas considerações importantes em relação aos uso de retardantes (não vou listar todas aqui porque o vídeo vai ficar muito longo).
Optar por retardantes orgânicos à base de nitrogênio visto que os organofosforados apresentam serem mais tóxicos organofosforados
Uma coisa importante não foi encontrado estudos com retardantes de chama nitrogenados não implica que não apresentem riscos ecotoxicológicos.
Evitar aplicação do produto em Áreas de Preservação Permanente
Documentar a ocorrência de reações adversas sobre a fauna sempre que for identificada a morte de animais em áreas próximas ao local de aplicação do retardante de chama, não atingidas pelo incêndio;
Promover o monitoramento dos locais georreferenciados por 6 meses
Em caso de aplicação do produto em terras indígenas ou próximo a locais populosos, informar à população da área sobre os possíveis riscos do consumo de água e alimentos provenientes do local nos 40 dias seguintes à aplicação do retardante de chamas;
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A primeira coisa que quero falar como engenheira florestal sobre incêndios florestais é sobre prevenção.
Se a ocorrência de incêndios florestais pudesse ser prevenida, todos os danos produzidos pelo fogo, além dos custos de combate, seriam evitados. Afinal, um incêndio prevenido não precisa ser combatido e não causa nenhum dano.
Os retardantes devem ser usados em último caso quando todo o possível já foi usado.
O que são os retardantes de chamas?
Os retardantes de chama atuam ( como o próprio nome já diz) retardando a propagação das chamas por meio de ações físicas ou químicas. No caso das físicas, agem por meio de resfriamento quando os produtos liberam partículas de água ao serem expostos ao calor, ou pela formação de uma camada protetora que envolve os materiais.
Já nas ações químicas, na presença de calor os retardantes reagem com o ar, produzindo gases não combustíveis que reduzem o suprimento de oxigênio utilizado pela combustão ou inibem a combustão formando uma camada protetora.
De acordo com sua composição e propósito de uso, os retardantes podem ser classificados em dois tipos:
1- Retardantes de curta duração
2- Retardantes de longa duração
Eles são divididos em quatro grandes grupos:
1) inorgânicos (hidróxidos de alumínio, antimônio e estanho);
2) orgânicos halogenados (clorados e bromados);
3) organofosforados e
4) à base de nitrogênio.
Vamos falar sobre a toxicidade deste produto?
Uma coisa é clara.
Colocar retardante no meio ambiente pode ter efeitos tóxicos em organismos.
Inicialmente, pensava-se que os retardantes não teriam nenhum efeito adverso sobre o meio ambiente, já que seus principais ingredientes ativos são fertilizantes agrícolas, no entanto, mesmo substâncias com baixa toxicidade podem provocar impactos ambientais quando sua intensidade de uso é alta.
Alguns componentes presentes na composição de retardantes de chama, são tóxicos. Como a amônia por exemplo que está presente na maioria dos produtos retardantes de longa duração.
Os estudos de toxicidade realizados com retardantes podem ser classificados por:
a) efeito na qualidade da água e, consequentemente, nos organismos aquáticos;
b) efeitos de toxicidade na vegetação; e
c) efeitos de toxicidade em humanos.
Estudos mostraram que a toxicidade de retardantes de chama de longa duração pode ser aumentada na presença de radiação UV-B e água. Esse impacto foi registrado nos peixes truta-arco íris Oncorhynchus mykiss e sobre rãs-leopardo Rana sphenocephala. (esse estudo foi feito nos EUA, é bom ressaltar)
Um componente que aumenta a toxicidade nessa situação é o ferrocianeto de sódio que está na composição de alguns retardantes.
Quando os retardantes de chama são aplicados em excesso, esses produtos químicos podem penetrar no solo e nas plantas provocando efeitos tóxicos na vegetação.O sulfato de amônio, um componente comum em retardantes de longa duração, danifica e mata folhas conforme testes realizados em florestas de eucalipto. Essa substância pode afetar também o nível de cobertura da vegetação e o número de espécies vegetais, no entanto, é solúvel em água e pode ser eliminado pela chuva.
Qual a situação que esses retardantes de chamas seriam utilizados no brasil?
Embora os retardantes para o combate a incêndios florestais sejam utilizados em algumas regiões do mundo, no Brasil ainda não existem regulamentos ou dispositivos legais estabelecendo critérios para avaliação destes produtos, bem como procedimentos padrão para seu uso.
O ibama faz algumas considerações importantes em relação aos uso de retardantes (não vou listar todas aqui porque o vídeo vai ficar muito longo).
Optar por retardantes orgânicos à base de nitrogênio visto que os organofosforados apresentam serem mais tóxicos organofosforados
Uma coisa importante não foi encontrado estudos com retardantes de chama nitrogenados não implica que não apresentem riscos ecotoxicológicos.
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Documentar a ocorrência de reações adversas sobre a fauna sempre que for identificada a morte de animais em áreas próximas ao local de aplicação do retardante de chama, não atingidas pelo incêndio;
Promover o monitoramento dos locais georreferenciados por 6 meses
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