Entelequia e Monadologia de Leibniz

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O conceito de mônada, que estou citando neste trecho do vídeo e que é parte essencial da proposta filosófica do Leibniz, não foi criado por ele.

Antes dele, Giordano Bruno já falava sobre a mônada como uma entidade metafísica que designa a unidade indivisível que constitui o elementos de todas as coisas.

Agora, se você prestar atenção à proposta do Giordano Bruno, podemos deduzir que a "unidade indivisível que constitui o elemento de todas as coisas" remonta a outro filósofo, bem mais antigo que ele: Platão, que também usou o conceito de mônada em sua obra quando trata do Uno (ou Um), especialmente no diálogo Parmênides.

E se você conectar os pontos, verá que a Teoria do Uno nos leva a mais uma influência, ainda mais antiga que Platão, que data de 5.000 anos atrás: em Pitágoras, que já relacionava o conceito de mônada ao Uno.

O Uno é um conceito filosófico grego, que trata da questão da unidade versus multiplicidade, ou o problema do um e muitos. Tais conceitos são essenciais para a Teoria das Ideias de Platão.

Então, quando Leibniz se vale do conceito, apesar de dar a sua própria interpretação, há uma longa tradição milenar sobre o desenvolvimento do conceito. E, como dissemos no post anterior, a ideia de mônada de Leibniz e sua concepção imaterial da matéria em seus blocos mais fundamentais, não estão muito distantes do que muitos físicos teóricos propõem hoje, como é o caso do Carvo Rovelli.

E isso é muito comum em filosofia: as ideias surgem dentro de contextos e seguem linhas de pensamento que se desenvolvem ao longo dos anos.

Aqui, pode-se traçar um paralelo que vai de Pitágoras, Platão, Aristóteles (que também fala de mônada), depois por platonistas, neopitagóricos e neoplatonistas, como Plotino e seus sucessores até Giordano Bruno, Leibiniz e dali em diante, várias escolas de pensamentos vivas até os dias atuais.
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