O que é divulgação científica? Luisa Massarani - Museu da Vida/Fiocruz - Fiocruz Brasília

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Entre as instituições que fazem divulgação da ciência na América Latina, 70,7% são públicas e 29,3% são privadas, de um total de 123 organizações identificadas em 14 países da região. 99,2% dessas instituições utilizam eventos e programas como estratégias de divulgação científica, 94,3% usam a internet e 82,1% fazem uso de produtos editoriais. Entre as atividades menos utilizadas estão as relacionadas aos meios de comunicação de massa, como a TV, a imprensa e o rádio. 33,3% das organizações não fazem uso da imprensa como estratégia, 30,1% e 26,8% não utilizam a TV e do rádio, respectivamente.

Estes são alguns dados do Diagnóstico da Divulgação da Ciência na América Latina (2017) destacados por Luisa Massarani, ex-diretora da RedPOP – Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe, durante a I Semana de Divulgação Científica, na tarde desta terça-feira (13/3). Massarani participou da roda de conversa “O que é divulgação científica, conceitos, panorama e perspectivas em tempos de crise”, juntamente com a editora do Jornal da Ciência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Daniela Klebis.

“Trabalho há 30 anos na área e sempre fiz divulgação científica na minha vida, e nos últimos quatro anos, até dezembro de 2017, estive a frente da RedePOP, rede de popularização da ciência. Acredito ser interessante trazer resultados de um estudo que fizemos no ano passado. Percebo um panorama diferente tanto no Brasil quanto na América Latina desde quando comecei a atuar nessa área. Neste estudo, queríamos perceber o que está acontecendo nessa nossa região”, explicou.

Massarani, que também é coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia e do Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e membro do Comitê Científico da Rede Internacional para Public Communication for Science and Technology (PCST), destacou, como importantes conclusões do estudo, que 60,2% dos profissionais que atuam com divulgação de ciência e tecnologia são voluntários, 31,7% são voluntários e remunerados e apenas 8,1% são remunerados por desenvolverem esse tipo de trabalho.

O Brasil ocupa a segunda posição em número de instituições (25%), seguido da Argentina (19%). O México ocupa a primeira posição, com 33,6% do total de organizações que realizam divulgação da ciência e tecnologia nos 14 países da região.

Os recursos destinados para estas iniciativas também são muito baixos. 50,4% das instituições não possuem orçamento anual específico para popularização da ciência; e, em 30% das instituições que dispõem de orçamento para a divulgação, os recursos não chegam a 10 mil dólares por ano. Entretanto, a grande maioria dessas instituições possuem plano anual formalizado para ações de popularização, correspondendo a 71,5% do total.

Segundo o estudo, entre os atores da divulgação da ciência e tecnologia na América Latina, estão centros de investigação (12,2%), zoológicos e aquários (0,8%), meios de comunicação (2,4%), instituições de educação superior (27,6%), museus de antropologia e história natural (0,8%), museus e centros de ciência (17,9%), jardim botânico (0,8%), planetário (2,4%), associações, redes e grupos organizados (12,2%) e organismos públicos (8,9%), empresas (6,5%), e outros (7,3%).

Público
O público principal a que se destinam essas divulgações são adolescentes entre 13 e 18 anos (42,9%), seguidos de crianças menores de 12 anos (28,9%) e dos adultos (29,2%). Acerca do tipo de público atendido, escolar ou não escolar, 53,8% do público são estudantes em grupos escolares, 34,8% público geral e 11,5% professores.

Outro dado importante destacado pela pesquisadora revela que 63,4% das instituições não possuem atividades para públicos portadores de necessidades especiais e deficiências (mental, de atenção e aprendizagem, auditiva, visual ou locomoção). “Temos pouquíssimas atividades para público com deficiências diversas. Isso vai de encontro com outro estudo que fizemos, em museus de ciência, em que os mediadores desses espaços dizem que não se sentem preparados para atendimento a público de pessoas com deficiência, seja física, visual, etc.. Então, claramente, é uma área que a gente precisa olhar e ver como nos capacitamos melhor. Temos que estar preparados para atendê-los”, ressaltou.

O diagnóstico concluiu ainda que as ações de divulgação são pouco definidas pelo público a que se destinam. Apenas 26,9% das instituições afirmam que definem ( sim (10,6%) ou na maioria das vezes (16,3%)) os temas das atividades a partir de estudos para detectar necessidades e temas de interesse do público. Em contrapartida, afirmam que as decisões para a definição dessas ações baseiam-se, sim (35,8%) ou na maioria das vezes (43,1%), pelas áreas de expertise e/ou pelos interesses dos divulgadores de ciência e tecnologia.

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Poderia disponibilizar a referência do trabalho apresentado pela Massarani?

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