Estampa Antiga

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Letra: Gujo Teixeira
Música: Luciano Maia

Um sorriso franco, um chapéu ladeado de bombear o longe;
Bombachita larga, bota garroneira, faixa e tirador;
Um pingo gateado – toso a cogotilho – cola bem atada;
Um pelego preto, lombilho e carona, e um laço cinchador.

Na alma serena: paciência de mates e cordas ponteadas
E um tino fronteiro de quem é da lida e respeita os outros;
Na cintura a faca com talho guardado – buena e cortadeira,
E as "três marias" de pedra do arroio pra bolear um potro.

No peito uma ânsia de baguais 'veiacos' em frente ao palanque;
Pelas nazarenas estrelas de ferro roubadas do céu;
Nas mãos uma prece, as rédeas trançadas nos dias de chuva,
E um mango sovado das domas e apartes bem presos no fiel.

Nos olhos de campo, muitos horizontes e pousos de tropa
E um verde estendido, tal qual um vistaço rumo ao corredor;
Na boca um palheiro – aroma de doce pela figueirilha,
Que solta fumaça, por dentro da noite, lembrando um amor.

No sangue uma herança de tempos de guerra e cargas de lança
Que hoje, ainda, lhe apontam verdades que nunca esqueceu;
No poncho um escuro de noite inverneira – sem lua e convento,
Que abana por nada um 'lencito' rubro que a china lhe deu.

Na voz um murmúrio de sanga na enchente e aboios pro gado;
Na prosa de sempre – palavras de bem e conselhos de amigo;
Um jeito de campo – de quem ainda vive além das histórias;
Na estampa um gaúcho – igual a outros tantos – genuíno e antigo.

Fotos: Eduardo Amorim
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Автор

Que bela letra, sem falar na melodia....

nevitonmatosfilho