É possível o atendimento online? | Christian Dunker | Falando nIsso 141

Nesta série, Christian Dunker pretende responder a algumas dúvidas frequentes relacionadas à psicanálise. No vídeo-pílula de hoje, ele se pergunta sobre o atendimento psicanalítico virtual e suas possibilidades.

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Captação e tratamento de som e vídeo, iluminação, direção e edição são feitas por lucas buli

A trilha sonora é de autoria de Thommaz Kauffmann.

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2017

[cibelekiss]

Christian, você poderia retornar a esse assunto, em um momento como esse que vivemos em 2020 diante do Covid-19?

[anafreitas]

Olá Christian. Gostaria que falasse mais uma vez sobre atendimento online de embasamento psicanalítico, já que quase 03 anos se passaram após essas reflexões citadas acima e, agora mais do que nunca, vemos um movimento grande de psicólogos oferecendo esse tipo de atendimento frente a pandemia do Covid-19. Quero aproveitar e parabenizá-lo pelo canal. Até mais!

[fabianasiebert]

A "atmosfera" terá que se adaptar aos novos tempos, onde o próprio tempo e o deslocamento valem e custam ouro. Abraço Dunker, seus vídeos sempre incríveis!

[ligiabirindelli]

Olá! Como sempre, gostei muito do vídeo. Gostaria de dizer que eu faço análise à distância há cerca de 1 ano. Eu me mudei para Alemanha e pedi para que meu analista, que já me acompanhava há dois anos, seguisse com a análise via Skype. Embora eu fale alemão, eu não tenho a fluência necessária para me sentir confortável em uma sessão aqui. Portanto, esse mesmo problema (sobre diferença de idioma) que você relata no vídeo, aconteceria comigo caso eu procurasse a análise presencial.
Além disso, sobre a questão da preparação para análise, digo que ela existe também mesmo via câmera. Eu tenho um filho, e nos dias das sessões há todo um planejamento para q eu possa ficar sozinha. A rotina muda. O computador fica no meu quarto, então, eu arrumo tudo antes da sessão começar. Enfim, há também uma preparação para que a sessão se inicie.
Eu tenho gostado bastante de poder fazer análise ainda que à distância, porem, é verdade que isso possa ter acontecido pq ela teve início presencialmente.

[valferreirasilva]

Christian, a análise sempre primou para o corpo presente na análise, ao mesmo tempo que o deixava de lado, pois o divã busca a fala ignorando o corpo, de certa forma.
Agora, o atendimento on-line põe o corpo em foco ( rosto) junto da fala. E isso causa um certo incomo ao analista, por ser olhado constantemente, e para o analisando se sentir em uma relação mais fria, distante.

A transferência vai ocorrer e ocorre de qualquer jeito, e em qualquer situação.

Nas linhas tradicionais de análise esse é um grande diferencial a ser encarado e testado.

Do meu lado, que agora uso a fórmula da mente ( Teoria da Gangorra) a coisa é mais tranquila mas tbm mais profunda, pois a fórmula nós revela mais rapidamente um ao outro, e isso exige um analista bem integrado consigo mesmo para manejar a sessão.

Com o uso da Teoria da Gangorra, quem enquadra os envolvidos e o material que surge na sessão é a fórmula, deixando o analista em segundo plano conforme sempre fora recomendado.
Nisso, o analista não precisa ser infalivel ou gênio, bastando ter uma certa bagagem e alguma experiência em Pscicanalise que o habilite a entender e usar a Fórmula da Mente.
Em resumo. Com a Teoria da Gwngorra, que lida praticamente com uma auto-análise assistida o atendimento on-line é conveniente e gera bons resultados.

[kelvinemmanuelpereiradasil]

Faço sessões online e posso dizer com toda certeza: são excepcionais.

Que legal você abordar esse tema por aqui, Christian! Tenho acompanhado as discussões sobre atendimento online na psicanálise, e estão bem interessantes. Na Psicologia atualmente podemos apenas realizar orientação psicológica, e não psicoterapia. Trabalho com Orientação Psicológica Online através de site credenciado pelo CFP e posso dizer que para esse tipo de serviço a vídeo chamada pode ser de grande utilidade, principalmente quando se pensa em pessoas que moram no exterior ou em algum município onde não há profissionais da área. Espero que o debate sobre o assunto avance cada vez mais! Parabéns pelo canal!

[amandacanan]

Eu parei com o tratamento nas duas primeiras semanas da pandemia, porque achávamos que logo estaríamos de volta.
Quando vimos que o cenário era outro, começamos via telefone, ou seja, não nos vemos há quase 8 meses. Tem sido proveitoso.

[lucianeponzio]

Acredito que nada subistitui a presenca. Parabens pelo canal. Comecei minha formacao teorica a pouco tempo e suas aulas on line sao um privilegio desses novos tempos. Ainda o conhecerei pessoalmente nessas andancas psicanaliticas. Abracos.

[rosimgon]

Professor, eu gosto de ouvi-lo porque sempre há algo que cutuca meu estado de conforto cognitivo.

Quero dizer, as informações que vou tendo em cada vídeo acionam várias instâncias de saberes que eu tinha de forma estanque e continuavam em paralelo, digamos assim.

Daí quando entendo o que diz, uma série de associações passam a ser feitas com aqueles "montinhos" separados de percepções que eu tinha sobre algumas coisas.

Bem, em outras palavras, é como jogar um aglomerante nos aglomerados que tenho acumulado aqui em minha mente e em minhas sensações (citei de maneira separada, pois não sei se são a mesma coisa).

E o resultado tem sido bem estimulante porque é como depois de assistir um filme, ver o "making off", só que neste caso, o filme é o enredo da vida que participo ora como protagonista, ora como coadjuvante, ora como diretora e então passasse a conhecer o roteiro todo.

E quando revisito cenas passadas ou em andamento, eu sinto mais vida, mais entrelaçamento entre os personagens, suas reações e fala!!

Eu amo filosofia e política então depois de ler Marx, no mínimo, tudo no social fica com outro sentido.

Nessa questão mais humana individual estou sentindo a mesma sensação, é como perceber um tempero depois que sabemos que ele foi colocado...

Estou animada...🌼💞

[julianlainetti]

Oi Christian! estava pensando em mandar essa dúvida há algum tempo e o pessoal acabou sendo mais rápido do que eu rs.
Moro fora e sou psicóloga por formação no Brasil, no meio da minha faculdade fiz um intercâmbio e agora formada me mudei para outro país. Gostaria de deixar minha contribuição com relação ao trabalho que tenho realizado com brasileiros que moram fora e não tem a oportunidade de encontrar quem os atenda em português, como você falou com relação a uma barreira com relação a atender em uma língua que não é a nossa, eles (e eu tb quando digo da minha análise pessoal) passam pela barreira de ter que falar sobre suas questões em uma língua que não é a deles, um exemplo que tenho sempre dito é a questão dos nossos sentimentos serem melhor expressados quando falamos em português (oq sabemos que nunca serão por completo).
Vejo que minha prática é diferente do que quando estava no consultório, mas não por isso menos valiosa, pois existem pessoas sedentas da oportunidade de falar de si e de suas questões que no país em que vivem são barradas pelas questão da língua ou da falta de possibilidade. Tenho levantado a bandeira da possibilidade do Crp abordar essa questão com o olhar para os brasileiros que moram fora, que hoje em dia só tende ser um número cada vez maior.
Um Abraço! e obrigada pelo conteúdo!

[rutefernandes]

Sua fala fez todo sentido para mim....

[renatopaiva]

Olá professor. Parabéns pelo seu trabalho, os vídeos tem me ajudado muito como ponte para entendimento da teoria psicanalítica. Gostaria que, se possível, falasse sobre as possibilidades da psicanálise no contexto do SUS, mais especificamente na atenção básica à saúde.

[matheusmacielsilveira]

Dunker, ta na hora de colocar este vídeo em transferência com o Acheronta Movebo — atualizá-lo em uma oitra cena!

[janiltonpsicologo]

Parabéns professor Christian pelas colocações sempre oportunas e pelo canal. Gostaria que comentasse sobre a diversidade dos recursos virtuais (whatsapp, facebook...) e seus atravessamentos na clínica com adolescentes.

[gisellecarvalho]

Mais uma vez, obrigada. Concordo, também para mim falta essa atmosfera, o olhar mais próximo, os gestos, a presença dos corpos.

[marcelle.etcetera]

Super concordo. O professor pôs em palavras a sensação estranha que eu tive ao experimentar fazer terapia online. Trabalho em casa e online, e a falta de um corte, um deslocamento entre o trabalho e a terapia, na minha opinião, trouxe bastante prejuízo à minha experiência. Antes, quando a terapia era presencial, havia todos os rituais que o professor citou: pegar o ônibus, caminhar até o consultório, aguardar na sala de espera, entrar na sala semi-iluminada... tudo isso era parte da experiência e engrandecia ela, dava uma importância a ela, criava as condições pra que eu sentisse que ali era um espaço diferente, quase sagrado, em que eu podia me abrir. É como se me colocasse num estado mental diferente. Online, a transição do trabalho pra terapia se dá em um clique – um pulo de uma janela pra outra – e as condições pra abertura e conexão não se dão. Infelizmente.

[juhhpereeira]

Muito bom professor, concordo completamente! 👏👏👏

[adrianosarto]

Olá professor Dunker, tinha acabado de ver um vídeo seu sobre o uso e a função do divã e vendo esse sobre o atendimento virtual em psicanálise me veio a dúvida se o atendimento diante de uma câmera tiraria do analista esse recurso. Tenho acompanhado seu trabalho aqui pelo canal e suas contribuições têm sido de grande ajuda no meu percurso profissional. Parabéns pelo rigor e ética ao tratar assuntos polêmicos e pela facilidade com que articula e transmite conceitos tão complexos. Abraço.

[luizagarro]

bom professor...concordo inclusive com a generosidade de já ouvir o fazer de novas gerações. algumas aulas e orientações podem ser bem produtivas mas concordo há uma Vib (rs) no presencial no analista tb. Abraço forte!