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Uma fazendinha Atrás do posto de combustível.

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Minha história é um sucesso: a trajetória da Casa do Alemão
por Djalma Oliveira
01/03/15 07:00 | Atualizado: 27/02/15 23:41 nova atualização em 12/04/2025 15:00
A primeira Casa do Alemão, no bairro Quitandinha, em Petrópolis: rede conta com nove lojas e cerca de 550 funcionários Foto:
A Casa do Alemão traz a referência germânica no nome e no cardápio, mas a história da padaria que se transformou em rede de lanchonete, famosa pelo pão com linguiça e pelo croquete, foi escrita, entre outros empreendedores, por um casal que veio da Europa, mas de outras bandas: a antiga Iugoslávia. Para José Afonso Guedes Vaz, de 70 anos, sócio administrador da rede, que tem nove filiais e 550 funcionários, a união e a dedicação são os ingredientes do sucesso.
Onde está o alemão que deu origem ao negócio?
A empresa foi criada em 1945, por quatro sócios. Era a Panificação Quitandinha. Tudo começou com os biscoitos amanteigados. Não havia os croquetes, nada disso. Alguns anos depois, três dos sócios deixaram o negócio e ficou apenas o Joubert Fontaine, de origem franco-belga. Ele foi chamando os irmãos e o cunhado para a empresa. Em 1958, o casal de iugoslavos Stjepan e Julka Kern trouxe os embutidos.
E como os Kern vieram parar no Brasil?
Eles vieram da (antiga) Iugoslávia. Diz a lenda que fugiram da Segunda Guerra Mundial, dentro de um carro de boi cheio de cocô.
Então qual a razão do nome?
Após a chegada dos Kern, as pessoas começaram a chamar a loja assim. Diziam: “Vamos à Casa do Alemão fazer um lanche”. Em 20 de outubro de 1977, a loja registrou o nome que todos já usavam.
Como foi a expansão da rede ?
As lojas foram sendo criadas dentro de um planejamento, ainda que sem muita consistência na época. Quando abriram a estrada para Teresópolis por Magé, nos anos 60, o movimento na loja (original, localizada pouco antes da entrada de Petrópolis) diminuiu. Aí, foi criada a primeira filial (na Rodovia Washington Luiz, sentido Petrópolis). O movimento caiu, e eles tiveram que se adaptar. Foi um momento de pensar mais alto. As pessoas paravam o carro e atravessavam a pista, arriscavam a vida para comer um sanduíche! No domingo, principalmente, havia uma fila de carros do outro lado, e gente atravessando. Então, abriram uma loja do outro lado da estrada. Pouco depois, veio a terceira geração, que levou a rede para a capital.
Há diferenças entre uma loja na rodovia e outra na cidade?
A grande dificuldade na cidade é o estacionamento. Você depende muito do pedestre, especialmente no Leblon (na Zona Sul do Rio).
Quais são os produtos mais vendidos ?
O croquete (R$ 5,50 ou R$ 6, dependendo do sabor) e o sanduíche de linguiça (entre R$ 10,50 e R$ 15, conforme o tipo de linguiça e de pão). Mas mineiros adoram o misto quente (R$ 8,60 ou R$ 12,10, conforme o pão).
Como superar as dificuldades que atingem todo negócio que atravessa décadas?
Felizmente, não houve grandes dificuldades, mas sempre há altos e baixos. Se não houver união, o negócio vai para o buraco. Outro motivo do sucesso é o trabalho. Sem trabalho não se vai a lugar algum. O sujeito tem que estar presente na loja para ver o que acontece, se o cliente está sendo bem servido, se o alimento é bem preparado. Tem que manter o padrão, a loja arrumada, os banheiros limpos... Tem que ter dedicação. E a dedicação da primeira geração com a empresa é extraordinária. Eu cansei de ver os sócios carregando as Kombis e dirigindo até as lojas. Quando a primeira estava em obras, chegou um caminhão com terra britada. O motorista, distraído, descarregou tudo em cima do meu sogro, que ficou atolado até o peito. Quando não há a presença do dono, não vai à frente.
Quais são os conselhos para quem está começando?
Se dedicar o máximo possível e procurar ter afinidade com o negócio. Não adianta gostar de Medicina e cursar Engenharia. E tem que pensar em crescer sempre. Quem não pensa em crescer pode fechar as portas. Mas tem que ter cuidado e estratégia. No nosso caso, é preciso ter condições de fabricar os produtos para abastecer as lojas. Você só pode pegar aquilo que o braço alcança.
por Djalma Oliveira
01/03/15 07:00 | Atualizado: 27/02/15 23:41 nova atualização em 12/04/2025 15:00
A primeira Casa do Alemão, no bairro Quitandinha, em Petrópolis: rede conta com nove lojas e cerca de 550 funcionários Foto:
A Casa do Alemão traz a referência germânica no nome e no cardápio, mas a história da padaria que se transformou em rede de lanchonete, famosa pelo pão com linguiça e pelo croquete, foi escrita, entre outros empreendedores, por um casal que veio da Europa, mas de outras bandas: a antiga Iugoslávia. Para José Afonso Guedes Vaz, de 70 anos, sócio administrador da rede, que tem nove filiais e 550 funcionários, a união e a dedicação são os ingredientes do sucesso.
Onde está o alemão que deu origem ao negócio?
A empresa foi criada em 1945, por quatro sócios. Era a Panificação Quitandinha. Tudo começou com os biscoitos amanteigados. Não havia os croquetes, nada disso. Alguns anos depois, três dos sócios deixaram o negócio e ficou apenas o Joubert Fontaine, de origem franco-belga. Ele foi chamando os irmãos e o cunhado para a empresa. Em 1958, o casal de iugoslavos Stjepan e Julka Kern trouxe os embutidos.
E como os Kern vieram parar no Brasil?
Eles vieram da (antiga) Iugoslávia. Diz a lenda que fugiram da Segunda Guerra Mundial, dentro de um carro de boi cheio de cocô.
Então qual a razão do nome?
Após a chegada dos Kern, as pessoas começaram a chamar a loja assim. Diziam: “Vamos à Casa do Alemão fazer um lanche”. Em 20 de outubro de 1977, a loja registrou o nome que todos já usavam.
Como foi a expansão da rede ?
As lojas foram sendo criadas dentro de um planejamento, ainda que sem muita consistência na época. Quando abriram a estrada para Teresópolis por Magé, nos anos 60, o movimento na loja (original, localizada pouco antes da entrada de Petrópolis) diminuiu. Aí, foi criada a primeira filial (na Rodovia Washington Luiz, sentido Petrópolis). O movimento caiu, e eles tiveram que se adaptar. Foi um momento de pensar mais alto. As pessoas paravam o carro e atravessavam a pista, arriscavam a vida para comer um sanduíche! No domingo, principalmente, havia uma fila de carros do outro lado, e gente atravessando. Então, abriram uma loja do outro lado da estrada. Pouco depois, veio a terceira geração, que levou a rede para a capital.
Há diferenças entre uma loja na rodovia e outra na cidade?
A grande dificuldade na cidade é o estacionamento. Você depende muito do pedestre, especialmente no Leblon (na Zona Sul do Rio).
Quais são os produtos mais vendidos ?
O croquete (R$ 5,50 ou R$ 6, dependendo do sabor) e o sanduíche de linguiça (entre R$ 10,50 e R$ 15, conforme o tipo de linguiça e de pão). Mas mineiros adoram o misto quente (R$ 8,60 ou R$ 12,10, conforme o pão).
Como superar as dificuldades que atingem todo negócio que atravessa décadas?
Felizmente, não houve grandes dificuldades, mas sempre há altos e baixos. Se não houver união, o negócio vai para o buraco. Outro motivo do sucesso é o trabalho. Sem trabalho não se vai a lugar algum. O sujeito tem que estar presente na loja para ver o que acontece, se o cliente está sendo bem servido, se o alimento é bem preparado. Tem que manter o padrão, a loja arrumada, os banheiros limpos... Tem que ter dedicação. E a dedicação da primeira geração com a empresa é extraordinária. Eu cansei de ver os sócios carregando as Kombis e dirigindo até as lojas. Quando a primeira estava em obras, chegou um caminhão com terra britada. O motorista, distraído, descarregou tudo em cima do meu sogro, que ficou atolado até o peito. Quando não há a presença do dono, não vai à frente.
Quais são os conselhos para quem está começando?
Se dedicar o máximo possível e procurar ter afinidade com o negócio. Não adianta gostar de Medicina e cursar Engenharia. E tem que pensar em crescer sempre. Quem não pensa em crescer pode fechar as portas. Mas tem que ter cuidado e estratégia. No nosso caso, é preciso ter condições de fabricar os produtos para abastecer as lojas. Você só pode pegar aquilo que o braço alcança.