Os profissionais que se orgulham de fazer o mínimo possível no trabalho

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Expressão ‘demissão silenciosa’ pode ter saído de moda, mas muitos profissionais seguem à risca conceito de não fazer nada além do estabelecido pelo contrato de trabalho. Ouça áudio de reportagem de Kate Morgan para a BBC Worklife.

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Trabalhei em uma empresa por 13 anos, de 2007 a 2020. Entrei como auxiliar com salário de 600 reais, saí em 2020, com salário de 2.400 reais, esse foi o maior salário que ganhei na empresa em 13 anos. Um ano depois que entrei na empresa já engatei uma faculdade, devido a algumas dificuldades em conciliar trabalho e estudo demorei um pouco para me formar, mas me formei em 2015 em engenharia de produção. Esperava uma oportunidade na empresa, mas dois anos depois de formado e nem sinal de que me tirariam do chão de fábrica. E eu era o cara super dedicado, me esforçava para aprender, em 13 anos nunca faltei nenhum dia sequer, nem falta justificada. Chegava cedo e organizava tudo, todos os dias. Já cheguei a trabalhar 32 dias direto, 12 horas por dia, sem folga. Quando me toquei que aquilo não estava trazendo qualquer benefício para mim e que não ia passar de operador na empresa decidi fazer algo para fazer valer meu diploma. Como o país estava em crise e não havia muitas oportunidades de bons empregos, a solução que vi para mim foi tentar concurso público. Passei a fazer somente o básico na empresa, recusar fazer horas extras e cumprir fielmente meu horário, antes sempre chegava no mínimo meia hora antes e saía meia hora depois para impressionar o chefe. Um dia, estava fazendo meu serviço, que não vou perdere tempo explicando, mas que não era um serviço tão pesado, fazia monitoramente de temperatura de equipamentos siderúrgicos, eu executava uma ronda de cerca de 30 minutos na área, monitorando a temperatura e anotando em um software que gerava um relatório, depois tinha cerca de meia hora livre e ficava assim até o final do turno. Antes, nessa meia hora livre eu ia na sala do encarregado, limpava e organizava tudo, ajudava ele a fazer os relatórios dele, dava manutenção em equipamentos que estavam com defeito entre outras coisas. Mas depois passei a aproveitar esses intervalos para assistir vídeo aulas para concurso e ler apostilas. Um dia meu encarregado, que ganhava três mil reais, foi na área e me viu sentado em um canto lendo uma apostila e disse que eu havia mudado, não fazia mais coisas além do meu escopo, parecia que tinha ficado relapso. Eu expliquei para ele que havia feito isso há anos e não me adiantou de nada e que havia decidido fazer somente o básico e dedicar o tempo extra para meu projeto pessoal que era passar em um concurso na minha área. Ele me disse: - Ah é? E você acha que vai chegar onde com essa postura? Um ano depois fui chamado para trabalhar no meu atual cargo, em 2020 entrei com remuneração de nove mil mil reais, hoje, depois de alguns aumentos e uma promoção a supervisor estou com remuneração total de treze mil e setecentos reais (contando com meu auxílio alimentação). Meu ex encarregado ganha uns três mil e seiscentos reais, uns 10 mil a menos que eu.

bruceleroy
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Já fiz bem mais do que o mínimo no antigo trabalho por 10 anos, e na hora de promoverem funcionários, quem subiu de cargo, foi quem puxou o saco ao máximo!

felipeXXfelipe
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Se existe a tal demissão silenciosa é porque existe a desvalorização silenciosa (e há muito tempo).

PauloOrtib
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Quando os trabalhadores são mais valorizados, trabalham melhor.

felip
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A Manchete está errada, a correta seria:
"Profissionais que tem a consciência de fazer apenas o que são pagos para fazer, sem se sentirem culpados por isso!

crisRocio
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"Eu digo: necessário, somente o necessário, por isso é que essa vida eu vivo em paz"

eltondelima
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Trabalhadores que se orgulham de não ser explorados até a última gota de energia

robsonlima
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SALÁRIO MÍNIMO = ESFORÇO MÍNIMO. Isso não é se demitir silenciosamente, é fazer o que está no contrato.

Aline-fcuv
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Eu me tornei um desses, depois de 7 anos de empresa. A própria política da minha chefia imediata me levou a isso.

EDUARDOALVESGOMES
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lembrei daquele lance de "vestir a camisa da firma" que, em geral, significa horas extras não remuneradas e desvio de função sem reclassificação na carteira de trabalho nem aumento de salário. Trabalhei num lugar por 10 anos, acumulei funções pelas quais não fui remunerado, qdo caiu a ficha e diminuí significativamente a intensidade com que fazia as coisas

TioEddie
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Sempre trabalhei no comercio e afirmo: quanto mais eficiente e proativa você é, ao invés de ser reconhecido eles te dão mais responsabilidades até que você esteja em um estado de estresse profundo com alopecia nos cabelos. Por muitos anos eu tive a esperança de ter o comportamento proativo, até quando eu tive a oportunidade de ter sido promovida, e ao invés disso eles preferiram contratar uma outra pessoa nova por meio de um contrato que nao precisava pagar taxas altas. 🤡

lau.
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Tem patrão que nem o mínimo merece. Ainda mais com tantas dificuldades enfrentadas pra ganhar o mínimo

camilacosta
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Salário mínimo = esforço mínimo, quanto menos o trabalhador é valorizado no trabalho menos o trabalhador vai se esforçar

jaymevinicius
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Acho super justo, empresas exigem muito e pagam o mínimo.

biologosdecuiaba
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Trabalhei pra patrão que LITERALMENTE roubava nossa comissão que era paga pelo cliente final. Se eu trabalhasse 10x mais duro ele ia me recompensar ? Ou ia me roubar 10x mais ?
Ele ta solto ate hoje, e eu pergunto pra voce que ta lendo, qual a diferença dele pra um assaltante que coloca arma na sua cara e leva seu dinheiro ?
R: o assaltante nao te roubava todo mês.

__Rodrigo__
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Nossa....Fiz isso e nem sabia que o nome era esse.Depois de 6 anos e 8 meses sofrendo abusos e racismo consegui me libertar.

eu-hmlv
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O que vemos é o seguinte: Os diretores trabalham menos, curtem férias feriados e ganham 10X mais. Então tem que equalizar, diminuir as desigualdades dentro das empresas e no serviço público. Empresa sem empregado não é nada. Sem patrão é cooperativa. O único risco que o burguês corre na vida é virar empregado.

lucaocesar
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Eu fiz isso no meu ultimo emprego. Depois que mudaram o regime home office + politica controladora do ambiente de trabalho na Italia, baixei o ritmo e liguei esse modo quiet quitting. Foi a melhor coisa da minha vida. Consegui um emprego muito melhor, home office e ganhando melhor.

gregoryfelitto
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No Brasil, quem faz o mínimo, diante de tantos profissionais ruins, é visto como excepcional. Por outro lado, quem trabalha muito é punido com mais trabalho e nenhum reconhecimento. Vai entender.

albertotavares
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Enquanto isso, os patrões se orgulham de pagar o mínimo possível pelo trabalho

Eduardomlp