Orquestra Típica Portuguesa (Belo Marques) - Rei dos Corridinhos (J. Pontes)

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BELO MARQUES DERROTADO PELOS COMPANHEIROS DA ALEGRIA!
Este registo inédito data de Sábado, dia 8 de Dezembro de 1951, foi captado pelos Serviços Técnicos da Emissora Nacional no Cinema de Recreios Desportivos da Amadora, foi-me gentilmente cedido pelo Arquivo Sonoro da Radiodifusão Portuguesa, e trata-se dum excerto da 2ª parte do programa de variedades organizado pela Emissora Nacional, transmitido no Programa A, entre as 21 e 45 e as 23 e 30, a seguir á Crítica Literária das 21 e 35 e antes das Danças das 23 e 30, com direito a intervalo entre as 22 e 30 e as 22 e 45, para a emissão das Duas Gerações.
Concorrendo em audiência com o Programa B, que transmitiu ás 21 e 45 o programa “A Voz da Cidade”, programa de propaganda fascista da Câmara Municipal de Lisboa (e ainda dizem que a Emissora Nacional não tinha programas de propaganda do Estado Novo!), música de câmara ás 22 e 5, “A Voz do Algarve” ás 22 e 45, e o programa de discos pedidos “Que Quer Ouvir?” ás 23, e com a Renascença, que transmitiu a Avé Maria ás 22, o 2º Noticiário ás 22 e 15, o Boletim Religioso ás 22 e 28, música coral ás 22 e 35, a Parada dos Artistas ás 23, e um programa de música portuguesa ás 23 e 20, e a emissão da Voz de Lisboa nos Postos Centralizados, seria destronado pelo Rádio Clube Português, que transmitiu ás 22h um programa de música de dança em directo do Casino Estoril, e logo de seguida, ás 22 e 30, os Companheiros da Alegria, o mais popular e o mais ouvido de todos os programas radiofónicos portugueses.
Na 1ª parte deste programa de variedades, colaborou a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, dirigida por Tavares Belo, os cantores Luís Manuel e Maria Emília Guinot, e os cançonetistas Júlia Barroso e Francisco José, com o programa seguinte: 1º - “Princesa dos Meus Desejos” de Alves Coelho, por Francisco José; 2º - “Marcha dos Grenadeiros” de Schertzinger, por Maria Emília Guinot; 3º - “Não Tenhas Medo” de João Nobre, por Júlia Barroso e as guitarras de José Nunes e Júlio Gomes; 4º - “Nem a saudade” de Eduardo Loureiro e Jerónimo Bragança, por Luís Manuel; 5º - “Recordações de Infância” de Tavares Belo, pela Orquestra Ligeira; 6º - “Você” de Eduardo Loureiro e Jerónimo Bragança, por Francisco José; 7º - “Coração em Corridinho” de Maria da Conceição Piedade e Jerónimo Bragança, por Júlia Barroso; 8º - “Soy de Aragon” da zarzuela “El Divo” de Gillez, por Luís Manuel; 9º - “Arrependida” de João Nobre, por Júlia Barroso e as guitarras de José Nunes e Júlio Gomes; 10º - “Se” de Helena Moreira Viana, por Francisco José (*); 11º - Ária da zarzuela “El Barbero de Sevilla” de Gimenez, por Luís Manuel.
(*) Estava prevista a canção “Boquita de Sonho” de Joaquim Luiz Gomes, mas a Censura mandou proibir a sua difusão á ultima da hora, e para assegurar que a música não seria cantada, foi enviada uma brigada da GNR ao cinema, por ordem da PIDE, segundo rezam os rumores, dado a que os programas de variedades ao vivo com Francisco José passaram a ser muito policiados por guardas republicanos a cavalo, armados com espingardas de escopeta e com ordem para matar ao mínimo sinal de ‘desordem’.
Na 2ª parte, colaborou o Coro Feminino, a Orquestra Típica Portuguesa que escutamos aqui, e o Sexteto Vocal Masculino da Emissora Nacional, dirigidos por Belo Marques, e as cançonetistas Maria Fernanda Soares, Maria de Lourdes (Resende) e Margarida Amaral, com o programa seguinte: 1º - “Fandango Saloio” de Luiz de Freitas Branco, pela Orquestra Típica Portuguesa (**); 2º - “Alcachofras” do Folclore, pelo Coro Feminino, 3º - “Vamos á Lição” de Belo Marques, por Maria Fernanda Soares, 4º - “Rapariga Tola Tola” do Folclore, arranjo de Belo Marques, pelo Sexteto Vocal Masculino; 5º - “Adeus, cidade” de Artur Fonseca, por Maria de Lourdes; 6º - “Lavadeira do Sabôr” de António Pedro, por Margarida Amaral; 7º - “Rei dos Corridinhos” de J. Pontes, a música que escutamos aqui, primorosamente tocada pela Orquestra Típica Portuguesa; 8º - “Beira Baixa” do Folclore, arranjo de Belo Marques, por Maria de Lourdes; 9º - “Pera Verde” do Folclore, pelo Sexteto Vocal Masculino; 10º - “Sim, Carolina” do Folclore, pelo Coro Feminino.
(**) O nome de Luiz de Freitas Branco foi censurado porque era nome banido da rádio pública, devido ao episódio da gravata vermelha-xadrez no dia da morte do Marechal Carmona. Seria preciso esperar até 1953 para que o nome de Luiz de Freitas Branco regressasse à ribalta, com a 1ª audição absoluta da sua 3ª Sinfonia, pela Orquestra Sinfónica Nacional da Emissora Nacional, dirigida por Pedro de Freitas Branco.
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Комментарии
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Olá Miguel! O programa de Variedades que descreves, foi de arrasar quarteirões pelo elenco que nele colaborou nas duas partes. Já pensaste se além de descrevê-lo, pudesses editá-lo. Mas só por milagre. Um abração. Cesário.

mariadoceu
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Olá Miguel! Claro que é, ele e todos os que ao longo dos anos tens mencionado. Só que no começo, quando perguntava se era possível editá-los, dizias que só por milagre, claro com outras palavras. Por isso que às vezes não falo nada. Leio tudo que escreves. Um abração. Cesário.

mariadoceu