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O MAIOR CRIME DA REVOLUÇÃO FRANCESA: A Nova Ordem contra o CATOLICISMO - Frei Tiago de São José
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Um pouco da história das Carmelitas Mártires: Em Fevereiro de 1790, ratificou-se a suspensão provisória dos votos religiosos. A 4 de Agosto, os bens da comunidade carmelita foram inventariados. No dia seguinte, todas as religiosas foram interrogadas e foi-lhes oferecida a oportunidade de renunciarem aos votos. Para grande pesar dos líderes revolucionários,
todas as religiosas expressaram a sua firme determinação em permanecerem fiéis aos próprios votos até à morte. Na Páscoa de 1792, a 6 de Abril, tornou-se ilegal usar o hábito religioso. Dois dias depois, o sonho da Irmã Elisabeth Baptiste, foi contado pela Prioresa, às Irmãs da
comunidade. Os acontecimentos se precipitam, em Agosto, todos os mosteiros femininos foram fechados e despejados e os bens das religiosas foram apreendidos.
As 20 Irmãs Carmelitas de Compiègne tiveram de deixar o seu mosteiro a 14 de Setembro, festa da Exaltação da Cruz. Com a ajuda de amigos, encontraram refúgio em quatro localidades diferentes e conseguiram comprar uma muda de roupa civil para cada uma. Pouco tempo depois,
a madre Teresa de Santo Agostinho, propôs a todas as religiosas da comunidade a oferecerem a própria vida pela salvação da França.
Dezesseis das vinte religiosas responderam afirmativamente. A Madre escreveu então, ela própria, o “Acto de Doação de Si Mesma”, a fim de que “a paz que Jesus veio trazer à terra fosse restituída à Igreja e à nação”. E a partir de 27 de Novembro todas as religiosas passaram a recitar esta oração diariamente. Mais tarde, foi acrescentada uma intenção para que cada vez menos pessoas fossem executadas na guilhotina, e pela libertação das pessoas presas. A 21 de Junho de 1794, os soldados revistaram os aposentos das religiosas. No dia seguinte foram presas com base em provas que surgiram durante a busca, usadas para provar que continuavam a viver uma vida consagrada e que simpatizavam com a monarquia. A comunidade carmelita foi feita prisioneira no convento da Visitação, que havia sido tomado pelos revolucionários e usado como prisão. As religiosas, foram consideradas culpadas de serem “inimigas do povo, inimigas da revolução” — entre outras acusações — e condenadas à morte.
As religiosas prepararam-se para a realização do sonho profético: em breve seguiriam o Cordeiro.
A escritora Gertrud von le Fort mostrou no seu livro A Última ao Cadafalso, o quão perversa e sanguinária foi a Revolução Francesa (1789) que nada teve de “igualdade, liberdade e fraternidade”, como se propaga, mas foi a encarnação diabólica do mal na França,
especialmente contra a Igreja Católica.
O texto abaixo, citado no livro, contém o relato do assassinato das 16 inocentes Irmãs Carmelitas de Compiègne:
Praça do Trono, 17 de Julho de 1794. — São cerca de oito horas da tarde.
É Verão e o céu ainda está claro. A multidão comprime-se em volta da guilhotina, erguida no centro da antiga Place du Thrône, atual Barriére de Vincennes. Junto dos degraus que conduzem ao cadafalso, o carrasco, Charles-Henri Sanson, espera respeitosamente de pé, flanqueado por dois ajudantes.
Uma delas, a priora, Madre Teresa de Santo Agostinho, aproxima-se do carrasco e pede-lhe que lhes conceda uns minutos para poderem renovar os seus votos e que a deixe ser a última a sofrer a execução, para que possa animar cada uma das suas filhas até ao fim. Sanson, o carrasco, concorda de bom grado. Todas juntas, cantam o Veni Creator Spiritus. A seguir, renovam os seus
votos religiosos.
A primeira a ser chamada, a mais jovem de todas, é a noviça Constança. Ajoelha-se diante da
Madre e pede-lhe a bênção.
Constança sobe rapidamente os degraus, entoando o salmo Laudate Dominum omnes gentes, “Louvai o Senhor, todos os povos”. “Ia alegre, como se se dirigisse para uma festa”. O carrasco e seus ajudantes, com gesto profissional, dispõem-na debaixo da guilhotina. Ouve-se o golpe
surdo do contrapeso, o ruído seco da lâmina que cai, o baque da cabeça recolhida num saco de couro. Sem solução de continuidade, o corpo é lançado ao carroção funerário.
Uma por uma, as freiras ajoelham-se diante da priora e pedem-lhe a bênção e permissão para morrer. Cantam o hino iniciado por Constança.
Só falta a Madre. Como quem tem pressa em concluir uma tarefa urgente, sobe por sua vez os degraus.
Agora tudo terminou. Na praça reina o silêncio. Muitos dos assistentes choram baixinho.
Foram beatificadas a 27 de Maio de 1906 por São Pio X.
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