OS IMPACTOS QUE A BRASKEM CAUSOU NA ECONOMIA DE MACEIÓ

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OS IMPACTOS QUE A BRASKEM CAUSOU NA ECONOMIA DE MACEIÓ

O crime ambiental causado pela mineradora Braskem na capital alagoana já afetou milhares de vidas diretamente impactadas pela forçada realocação de imóveis e o iminente colapso de uma das minas. Isso tem trazido prejuízos para outros alagoanos, mesmo que distantes da região afetada.

O setor turístico, que passa atualmente pela retomada de fôlego do período pós-pandêmico, enfrenta agora outro grande problema: a desinformação.

A petroquímica confirmou na semana passada que poderia ocorrer um grande desabamento da área e viu-se obrigada a ampliar o mapa de risco, incorporando mais moradores de Maceió ao programa de realocação e compensação. Em uma medida compensatória de R$ 1 bilhão, a empresa incluirá os residentes do bairro de Bom Parto.

No entanto, neste domingo, o Ministério de Minas e Energia (MME), que havia estabelecido uma sala de situação em colaboração com o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Agência Nacional de Mineração (ANM) para monitorar a situação, informou uma redução na probabilidade de deslocamento de terra na região.

A velocidade de deslocamento de terra diminuiu de 50 cm, registrados nos dias 29 e 30 de novembro, para 15 cm no dia anterior, conforme indicado pelo Ministério. No entanto, foi esclarecido que a situação ainda exige atenção. A Defesa Civil continua monitorando a situação em tempo real, utilizando sensores para avaliação precisa. Conforme informado pelo MME, os especialistas preveem que, em caso de desmoronamento, este ocorra de forma localizada. Adicionalmente, a pasta destacou que não foi observada uma alteração significativa no nível da lagoa, indicando um baixo risco de contaminação do corpo d’água.
Parte dos moradores de Maceió, capital de Alagoas, vive dias de tensão. Na última quarta-feira (29), a prefeitura da capital alagoana decretou situação de emergência diante do iminente colapso em uma das minas de sal-gema exploradas pela petroquímica Braskem (BRKM5) no bairro do Mustange.

Este é mais um capítulo de uma história que se arrasta desde 2018, quando foram registrados afundamentos em cinco bairros. Estima-se que cerca de 60 mil residentes tiveram que se mudar do local e deixar para trás os seus imóveis.

O risco de colapso em uma das 35 minas de responsabilidade da Braskem tem sido monitorado pela Defesa Civil de Maceió e foi detectado devido ao avanço no afundamento.
A partir do grupo SOS Pinheiro, movimento que representa cerca de 53 mil moradores dos bairros mais afetados, cresceram as articulações com o MPF e outras instituições apoiadoras. Em julho de 2019, a Justiça Estadual autorizou a liberação de 15 milhões dos valores da Braskem que estavam bloqueados para pagamento do aluguel social de 2.500 famílias dos bairros afetados. No início de 2020, a Prefeitura de Maceió e a Braskem firmaram Termo de Acordo no qual ficou decretado que a empresa pagaria R$ 1,7 bilhão para realocar 17 mil pessoas dos bairros afetados e mais R$ 1 bilhão a serem utilizados para o fechamento de todos os poços de exploração de sal-gema em Maceió.

O trade turístico da capital, que conta com cerca de 3.500 empresas cadastradas no Cadastur, emprega cerca de 20 mil pessoas somente em Maceió. É estimado que outros 60 mil empregos indiretos em atividades que dão suporte ao setor, como agricultores, pequenas indústrias, ambulantes e artesãos alagoanos possam ser prejudicados por uma possível diminuição do fluxo turístico em plena alta temporada.

É necessário lidar com transparência e responsabilidade nesta crise, que é considerada uma dos maiores crimes ambientais em curso no mundo. Entendemos a seriedade de todos os problemas causados pela Braskem, mas não podemos criar, em cima dessa situação, uma segunda crise para o estado. Nossa economia é totalmente dependente do setor turístico, que também funciona por aqui como uma grande ferramenta de transformação social, gerando um número enorme de empregos.

Temos porto, aeroporto e rodoviárias totalmente seguros, como também, segundo os relatórios da Defesa Civil, rodovias estaduais e federais em pleno funcionamento e sem nenhum risco de desabamento. Nossas rotas turísticas da capital e do interior seguem com total segurança e com total capacidade para atender a demanda, que é estimada para ser a mais alta da história de Alagoas. Precisamos de celeridade na judicialização desta questão para que o Estado possa, de fato, desenvolver políticas públicas para lidar com o problema.

Desde 2018, quando as primeiras rachaduras apareceram, os órgãos fiscalizadores municipais, estaduais e federais monitoram a região. O relatório do extenso estudo do Serviço Geológico do Brasil, publicado em 2019, apontou a relação direta entre a extração do sal-gema pela empresa, que causou uma fragilização do solo da área dos bairros Mutange, Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro e Farol.
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