Realidade como espírito para Hegel - Isto não é Filosofia

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Qual é a teoria de Hegel? O que seria o espírito objetivo é o espírito subjetivo para Hegel? O que Hegel entende por espírito? Qual a relação entre história e espírito de acordo com o pensamento de Hegel?
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Um ponto de vista fundamental do pensamento hegeliano é o de entender a realidade não como objeto, mas como sujeito . Em outras palavras, não como substância (fixa e imutável), mas como espírito - em automovimento, em atividade, em processo.

A palavra espírito (Geist), em alemão, tem duas diferentes acepções .

Em primeiro lugar, pode ser usada para designar “mente”, quando utilizamos a palavra em oposição a “corpo”. Por exemplo, “doença mental” é escrita em alemão como Geisteskrankheit.

Em segundo lugar, pode querer dizer “espírito” em vários sentidos. Dois deles são os seguintes. Considere a expressão Zeitgeist. Ela designa o “espírito do tempo”, ou “espírito da época”, isto é, o clima intelectual de uma região ou coletividade, seja local, seja histórica. Em outras palavras, aponta para as características constitutivas de um determinado período. Outro uso para a palavra é referir-se a um dos elementos da Santa Trindade Cristã: pai, filho e espírito santo (Heilige Geist).

Quando Hegel utiliza a palavra Geist, ora quer dizer “mente”, ora quer dizer “espírito”, ora quer dizer os dois ao mesmo tempo.

A realidade, para Hegel, também é dinamicamente autogerada, inteligente e se constitui enquanto totalidade do que há. Sendo um princípio inteligente, é encarada como sujeito, não como objeto . Talvez agora a opção pela palavra “espírito” não esteja mais tão estranha. Didaticamente: a realidade é uma mente que se desenvolve em busca de se autoconhecer.

Outra característica da realidade hegeliana é que é infinita. Isso quer dizer que gera a si mesma enquanto finita e, ao mesmo tempo, supera-se constantemente. A cada geração finita de si, manifesta-se no tempo. Porém, quando considerada em sua infinitude, a realidade é chamada de absoluto .

A realidade, portanto, é uma mente em processo que se autocria e se autodesenvolve, em busca de se autoconhecer, enquanto percorre seus momentos finitos sucessivos no tempo, em direção ao infinito, isto é, ao absoluto.
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00:00 Introdução
00:18 Zeitgeist
00:41 Realidade como substância
01:30 Realidade como sujeito
02:00 Espírito
02:22 Metáfora da vida da plana
03:12 Processo triádico do Espírito
03:29 Filosofia hegeliana
04:03 Substânca vs. Espírito
05:48 Tudo que é real é racional, tudo o que é racional é real
02:19 Aufhebung e Aufheben (elemento especulativo)
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BIBLIOGRAFIA:

BORNHEIM, Gerd A. (org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Editora Cultrix, s/d.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Tradução de Paulo Meneses. Colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado. 9º ed. Petrópolis, RJ: Vozes. Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2014.
JAPIASSÚ, Hilton, MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
KENNY, Anthony. Uma nova História da Filosofia Ocidental (vol. 3) – O despertar da Filosofia Moderna. 2ª ed. Tradução de Carlos Alberto Bárbaro. Revisão de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
REALE, Giovanni, ANTISERI, Dário. História da Filosofia (vol. 5) – do romantismo ao empiriocriticismo. Coleção História da Filosofia. Tradução de Ivo Storniolo. 1ª ed. [2005]. 3ª reimpressão [2018]. São Paulo: Paulus, 2018.
SINGER, Peter. Hegel – A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2001.
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Комментарии
Автор

Tudo isso que você fala sobre o Hegel está em sua obra "A Fenomenologia do Espírito", onde Hegel afirma que: “A razão humana é capaz de transcender a sua própria finitude e alcançar a unidade com o absoluto”. Isso está nos ensinamentos de Sidarta Gautama, O Buda, e também nos principais livros sagrados do hinduísmo.
Hegel foi influenciado pelo pensamento de Friedrich Schlegel, que era um estudioso da cultura indiana e traduziu para o alemão vários textos indianos, incluindo os Upanishads.
Fora isso entendo que em Fédon de Platão quando ele escreve sobre o mundo sensível e o mundo da ideias ele está afirmando que tudo que acontece no mundo sensível, antes, é criado no mundo das ideias e assim a realidade segue um fluxo próprio que não podemos controla-la ou compreendê-la pois subjacente a ela está o gerador, mundo das ideias.
Concluindo, digo que não me parece nada de novo as ideias do Hegel.

domregisdeorleans
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Descobri que minha professora estuda contigo! 10!!

leticiavieirapsicanalista
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Saudações, professor. Pensar que se pode desvelar a realidade, quanto substância, é análogo ao Scooby-doo cercando o bandido e tirando a sua máscara, vendo o rosto de meliante e, com isso, concluindo a sua identidade. No entanto, a Velma sabe que a realidade é espírito e, para a surpresa de todos, puxa o nariz do criminoso e tira a máscara que todos pensavam que era o rosto do mesmo, que por sua vez, desvela um outro rosto, que puxado novamente, demonstra ser apenas outra máscara e, assim, ad infinitum.
Parabéns pelas aulas. Sou seu fã.

misterludicounico
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GRATIDÃO, Vitor, Evelyn e Joões-de-barro! Amo o Inéf e Sou beija-flor!

rafaelharten
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professor boa tarde, em um video vc falou que o livro apologia de socrates era o livro para começar a ler livros de filosofos, eu li e gostei muito, principalmente pq tem um vocabulário mais simplificado, aquele livro é 3 em 1, conta antes do julgamento, o julgamento, e o amigo dele tentando convence-lo a fungir, sem sucesso, só que fica faltando a morte dele, que está narrada no livro Fédon, ai eu queria te perguntar se vc conhece alguma edição desse livro que tenha um vocabulário mais simples tbm, igual o que vc indicoi. obrigado.

brunocruz
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E pensar que hoje com o entrelaçamento quântico sabemos que Hegel de certa forma não estava afirmando nada errado. Já que tecnicamente, realmente duas coisas podem ser uma ao mesmo tempo.

fabriciomedina
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Não sei porque, mas a metáfora da semente me lembrou um filme chamado: O estranho caso Benjamin....

LCDEGRU
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Professor, mas tem uma coisa que me atormenta. Eu entendo perfeitamente o movimento da Ideia que se objetiva e se torna Natureza, e que depois retorna a si sob a forma de Espírito. Entendo porque tem semelhança com Fichte. Por outro lado, Hegel me parece muito confuso, porque essa "ideia", por exemplo, é tripartida em "ideia em si, ideia fora de si e ideia em si e por si". É claro que aqui também há um movimento triádico. Contudo, depois vem o espírito "espírito em si, fora de si e espírito em si e por si", mais conhecidos como "subjetivo, objetivo e absoluto". Parecem três "dialéticas" distintas. Pelo vídeo, é relativamente fácil entender, mas gostaria que me explicasse o que exatamente são essas categorias triádicas de ideia e espírito, e em que lugar se inserem dentro do "ideia, natureza e espírito", porque, num primeiro momento, parecem conceitos distintos, apesar de homônimos.

Cool.Guy_
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O espírito deu origem ao corpo, envolve como um ovo..

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