Abertura do Curso de Fundamentos de Literatura Grega

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A primeira aula foi uma aula muito rica para mim, já que sou calouro de Filosofia e iniciante nos estudos da literatura grega, tendo em vista que obtive um norte em como levar a disciplina durante o semestre, assim como o entendimento da dinâmica escolhida pelo professor e principalmente em relação a quais traduções escolher para minhas leituras das obras principais.
Os pontos da aula, relacionados ao conteúdo, que mais me chamaram a atenção foram:
A explicação do que é de fato a literatura e o por que de ser um anacronismo utilizarmos esse termo para os textos gregos, sendo que estes não são textos mas sim uma tradição oral que tinha objetivos muito distintos dos objetivos da literatura. Esse ponto me foi muito caro pois gosto de textos nos quais os objetivos são voltados para o aprendizado, o que me deixou mais interessado nos textos gregos.
Outro ponto que me marcou foi o comentário do professor de que o grego antigo discorre temas como a consciência da mortalidade do ser humano e como isso diferencia o ser humano dos Deuses e dos animais e o torna único. O que me fez questionar se os heróis, retratados nos cantos gregos, não estariam buscando uma forma de imortalização, através de grandes feitos que os fizessem ser lembrados para sempre, já que possuem consciência de sua mortalidade? Ficarei grato se puder me dar uma posição quanto a essa questão professor.
E por último uma coisa que me intrigou e me prendeu a atenção foi a questão levantada pelo professor: “Porquê uma disciplina como esta, está no curso de Filosofia?” (Coloquei só filosofia na pergunta pois é o curso que estou fazendo). Tentarei responder essa pergunta no final do semestre!
Pedro Boulanger Bahia

Trhaviler
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A aula introdutória de Fundamentos da literatura foi muito esclarecedora, no início foi apresentado pelo Prof. Rafael Silva uma estrutura básica da disciplina, em seguida ele destaca a importância da leitura dos textos propostos pelo professor, para assim se acostumar com o tipo de escrita e aproveitar melhor o curso. Assim falando um pouco das principais obras trabalhadas na matéria, como a ilíada e odisseia, destacando os tipos de escrita em cada uma de suas versões, umas dando foco na tradução do grego e outras indo para os caminhos mais poéticos, fazendo recomendações para novos leitores e explicando como os seus poemas seria abordados. Ao longo da aula o professor foi respondendo algumas perguntas que me também eram minhas e então me foram bem uteis. Entendo que lidaremos com leituras mais difíceis, mas extremamente necessárias para o âmbito filosófico, por abrir reflexões e explicar como pensamentos e historias antigas afetam ate hoje nossa sociedade.

TheOlegado
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A exposição sobre o contexto em que essas obras fundamentais da literatura grega foram escritas demonstra a forma como elas apresentam o mundo do homem grego e seu modo de conceber a própria vida, a relação entre os pares, o povo próprio e o estrangeiro, seus feitos, suas crenças, seus valores e a busca da virtude. O que mais me chamou a atenção na exposição é um elemento sobre o pensamento de Homero que percorreu séculos e influenciou pensadores em momentos históricos diferentes, que versa sobre a própria condição humana e sua existência referenciada à morte e à finitude. Além disso, alinhado a esse pensamento, há um elemento que é muito caro às sociedades mais antigas e que hoje se manifesta de formas um pouco mais sutis que é sobre como a existência de alguém e a honra de seu nome (o que atualmente está quase atrelada a “sucesso” e a todos os sentidos que isso possa ter) se perpetuam para além da vida e é aclamada, respeitada e compartilhada por gerações futuras. Sendo a relação com a existência e a finitude uma inquietação humana há muitos séculos, Homero, em suas obras basilares do pensamento cultural da Grécia Antiga, foi capaz de apontar isso dentro de um enredo que trata desses temas tanto na própria individualidade do herói como na compreensão social sobre o valor da vida e a honra conquistada durante a existência. A meu ver, parece-me que a trajetória dos personagens dentro da obra é uma mostra tanto da trajetória humana quanto do próprio povo grego.

valdemirpedro
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Gostaria de agradecer ao professor pela ótima exposição introdutória. Neste primeiro momento, poderia destacar a abordagem crítica do professor em relação às categorias que compõem o próprio título da disciplina, qual seja, “Fundamentos de Literatura Grega”. O reconhecimento da Literatura enquanto uma instituição moderna, propriamente da passagem do século XVIII para o XIX, na qual passou a vigorar o princípio da liberdade de criação, de ficção, do “como se...”, que teve e ainda tem um papel ativo para a conformação de um modelo moral para a modernidade, possibilita um itinerário não apenas contemplativo e anacrônico das grandes obras clássicas da antiguidade.
Falar em Literatura Grega, neste sentido, pode ser algo bastante problemático, pois conforme mencionado pelo professor, a oralidade para a cultura grega apresenta-se como um aspecto preponderante para o seu desenvolvimento, o que me parece ser uma espécie de caminhar dialógico das tradições antiquíssimas a partir da relação entre novas vivências temporais e históricas. O professor ainda ressalta que a pretensão autoral de um literato, naturalizada em nossos tempos, não estava presente nesse período, de modo que Homero não necessariamente trata-se de um indivíduo específico responsável pela autoria de obras como Ilíada e Odisseia.
Desse modo, não poderia deixar de refletir sobre as distinções próprias entre a natureza do literato moderno, indivíduo atomizado na nascente sociedade burguesa, e o poeta/cantor da antiguidade, na qual sua atividade desenvolve-se a partir da oralidade coletiva em estruturas políticas sedimentadas como a pólis. Assim, concluo meu comentário retomando uma fala do professor ao longo da exposição: “não é ter o passado como espelho, mas é saber cotejar o passado com o presente em vista de algo novo, algo diferente, justamente nas diferenças dessas temporalidades”.

marcellopereirasimao
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Obrigado pela aula, professor. Sou calouro no curso de filosofia e gosto bastante de literatura, apesar de não ter tido muito contato com as obras gregas. Achei pertinente e importante a explicação dada sobre o significado da literatura como instituição moderna e, portanto, a falta de adequação do termo ao se referir ao período grego clássico. De forma geral, o estudo de obras tão antigas pode ser difícil devido ao grande período de tempo passado, e com ele todas as diferenças culturais, comportamentais e sistêmicas. Se colocar no lugar de quem viveu em tais períodos e imaginar como era a vida trata-se de uma tarefa muito difícil, principalmente quando as evidências históricas retratando-o são escassas e essas diferenças supracitadas são grandes. Interpretá-las usando conceitos modernos, como literatura, de fato é tentador, pois traz uma sensação de maior proximidade com o passado, mas imagino que pode dificultar um entendimento real de tais obras e períodos históricos. De certa forma, o passado está tão longe quanto civilizações distantes em pontos longínquos do universo, com as quais o contato, esse significando uma troca de informações que proporciona o entendimento, não trata-se apenas de uma impossibilidade física ou de linguagem, mas uma impossibilidade inerente, visto as diferenças na própria forma de pensar e de ser.

enzopoli
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A primeira aula de Fundamentos da literatura foi bem proveitosa, no início foi apresentado pelo Prof. Rafael Silva uma estrutura básica da disciplina, em seguida ele destaca a importância da leitura dos textos propostos pelo professor, para assim se acostumar com o tipo de escrita e aproveitar melhor o curso. Em seguida, é abordado de maneira introdutória algumas obras tem grande importância para a literatura grega, como os poemas de Homero “Ilíada” e “Odisseia”, destacando algumas diferenças entre tipos de abordagens da traduções brasileiras nessa obras, alguns tradutores, como exemplo o Frederico Lourenço, dão mais foco na tradução literal do grego e em ser mais fiel as regras gramaticais, já outros como Haroldo de Campo, fazem questão de além de traduzir, manter parte da poética do texto durante a tradução, como a métrica e fonética. Esse trecho da aula destacou ainda mais minha atenção, uma vez que considero muito importante definir o tipo de tradução mais adequada para cada um, e assim aproveitar da melhor forma os textos, que como no caso dos de Homero demandam um considerável tempo de leitura. Se encaminhando para o fim da aula, o Professor explica um pouco sobre os termos presentes no nome do curso, o que já nos dá uma noção do caminho a ser trilhado na disciplina.

iryancarvalho
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Aula 1: A aula introdutória foi rica, vasta em questões e reflexões e esclarecedora. Os pontos que mais me interessaram foram os das associações de cultura com filosofia e literatura. Visto que, não temos o conhecimento exato do porquê e como a filosofia surgiu, mas uma das mais fortes teorias é de que ela surgiu por causa da mitologia grega, refletindo sobre suas explicações e acontecimentos, levando a reflexão do porque as coisas ocorrem e como. Devido a grande interação entre os mercados de vários locais com línguas, culturas e religiões diferentes, foram notadas as diversas diferenças nas culturas, reflexões e a oralização dos textos. Dessa forma, com filosofias e culturas interligadas, é viável pontuar que a literatura é um termo recente, levando em conta o momento histórico da criação e aplicação do que seria o conceito de literatura. Sendo assim, complexo classificar os mitos e filosofia grega como literatura grega, pois além do conceito de literatura ser recente os mitos gregos eram passado oralmente na Grécia antiga, e tinha o objetivo de trazer um norte de vida para os gregos, sendo até mesmo a religião da Grécia era pautada nos mitos gregos. Por consequência, com todo esse contexto, de mitos e formas com que são passados, e o conceito de literatura ainda sendo pesquisado e ampliado, creio que ainda não seria viável nomear esses costumes como literatura grega.

yasminnovais
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Interessante o destaque feito em aula para as formas e as funções distintas da poesia grega antiga em relação às concepções modernas de poesia e de literatura. Nesse sentido, pode-se considerar que o caráter oral no qual se forma e se transmite a poesia entre os antigos atesta sua organicidade com a tradição e com a vida comunitária. Se é fato que na modernidade a realidade prática e as formas subjetivas são marcadamente individualizadas, ao ponto mesmo de ocorrer uma cisão entre público e privado, entre vida individual e vida comunitária, parece que não se pode generalizar a autonomização das formas literárias em relação à vida, tampouco uma espécie de “vale tudo” generalizado. Pode-se pensar o descompromisso da literatura com a edificação da vida como uma das tendências que se acentuam no evolver da sociedade burguesa, das suas contradições crescentes, contudo, quando se pensa, por exemplo, num Goethe ou num Thomas Mann, não se pode negligenciar toda uma literatura humanista, no sentido do humano como ser que se autoentifica, em suas riquezas e misérias, uma literatura na qual se imbricam formas estéticas e formas éticas, uma literatura que assume também funções pedagógicas, uma literatura de resistência às formas degenerativas do humano.

marlongarcia
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A aula introdutória abordou questões práticas da compreensão da arte mimética em relação às obras propostas no plano de estudo. Esse ponto é muito importante, principalmente quando se trata da problemática que envolve a possível intenção de uma construção ética por meio dos textos. Isso me fez lembrar do conceito de "poesia didática", o qual é utilizado quando se trata de tais obras, uma vez que, para além da função de formação identitária pontuada pelo professor Rafael, muitas delas possuíam uma função "educativa", à exemplo de Trabalhos e dias, que ensina como manter a vida no campo. Espero que essa questão possa ser abordada mais vezes durante as discussões, tendo em vista as obras homéricas, já que a sua origem, fundada na tradição oral, permite refletir sobre como os mecanismos de memória podem ter influenciado sua tessitura, bem como aborda Detienne. Também espero conseguir apreciar todas as obras e desconstruir a ideia de complexidade inalcançável, que por vezes nos é ensinada em relação aos clássicos da literatura grega.

ketelyoliveira
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Aula 1: Fico muito feliz por essa disciplina ser nesse formato usando o YouTube que se diferencia das outras e dá uma certa tranquilidade ainda mais por se tratar de um curso que vai requerer leituras de diferentes textos. Um professor que entenda as dificuldades e diferenças de acesso ou rotinas nesse período de que estamos passando é sem duvidas tranquilizador, me agrada bastante com relação a essa autonomia que nos é requerida por se tratar de obras então "difíceis" de serem lidas em um primeiro contato e agradeço ao professor pela indicação pela versão do Frederico Lourenço, sou calouro e uma tradução mais clara no momento é o ideal por se tratar de um gênero e obra em que terei o primeiro contato logo é importante para se haver um bom entendimento e para conseguir dar luz ao caminho das próximas aulas e conseguir acompanhar o cronograma. O modo de pontuação achei ótimo pois, é mais simples embora exija a leitura, reflexão e entendimento; o youtube é uma ótima plataforma para fomentar discussões e trocar ideias a cerca de diferentes assuntos e refletir com outras pessoas através dos comentários e como o professor disse acaba se tornando uma espécie fórum de discussões abertas a quem se interessar pelo tema proposto aberto ao publico que vier a ter contato com as aulas e acredito que ajudara a todos.

emersonmaciel
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O início do curso não poderia ter sido feito de uma maneira melhor que a aula apresentada pelo professor Rafael. Solucionou várias dúvidas tanto para com o plano de ensino que iremos ter ao longo do semestre, tanto para com as indicações múltiplas para diversos tipos de leitores, que como no meu caso não possui nenhuma leitura com textos em versos, apresentando e dissertando sobre as diferenças entre as indicações para que cada aluno se sinta confortável ao estudar essa matéria interessante. O professor conseguiu vincular diversos assuntos aos clássicos e consegui visualizar de outros ângulos certos conhecimentos que já tinha preestabelecido e aprofundar e conectar ainda mais outros.
Não pude deixar de reparar na fala sobre o valor que os gregos davam por detrás da mortalidade e busca de signifcado na existência e essa conexão feita com o pessimismo, que apesar de nunca ter se dissipado fez uma volta fortíssima com o Existencialismo e seus autores. A necessidade de se viver de uma maneira ou seguindo certas filosofias de vida e a de deixar algo nesse mundo, uma herança, seja ela tanto monetária, como espiritual e/ou de sabedoria, sendo aplicada por meio de filhos e rituais para que houvesse uma certa imortalidade na lembrança, inclusive em um dos diálogos de um dos livros do autor que foi possívelmente o maior inimigo de Homero, há a demonstração perfeita dessas necessidades no diálogo entre Sócrates e Céfalo, no livro A República do filósofo Platão, no qual Céfalo conversa e responde as perguntas sobre a velhice e o medo da morte feitas por Sócrates, mostrando a expêriencia de uma alma ja vivida em torno de virtudes e a aparência do ser ( a noção de dualidade entre aparência e ser, que acaba sendo contrariada mais tarde por Sartre, no livro O Ser e o Nada. ) e como isso afeta na consciência do mesmo em um momento tão próximo a morte como a idade avançada.
Agora falando mais sobre o pessimismo, que acompanha a maior parte das possibilidades de respostas feitas as perguntas sobre a nossa existência. Pode está associada ao fato de um Otimismo ( ideia filosófica que só foi ser propriamente criada no século XVII. ) desmonstrar ingenuidade e infatilidade na mentalidade, enquanto o pessimismo está mais conectado com uma visão realista, verdadeira e adulta de mundo. Apesar de eu não ter lido nenhuma obra grega que retrate esse tipo de atitude otimista dessa forma, existe a obra de Voltaire - Cândido, ou o Otimismo, que crítica e mostra a aventura do jovem Cândido que ao ser introduzido não sabemos se o nome do mesmo é real ou é como o chamam devido a palavra remeter a algo puro, desprovido de culpa, totalmente ingenuo, e como apesar da realidade sombria e violenta a qual passa e vive, se mantém esperançoso na justificativa de um final melhor possível, devido aos ensinamentos de Pangloss, seu professor, e como algumas falas destes personagens acabam sendo suavizadas em detrimento a suas proprias visoes, e apesar de não conhecer nenhum clássico grego sobre o assunto, acho que isso demonstra um certo padrão de visualização do mesmo, a qual foi sendo passada através das gerações, como uma herança social.

wanderflaviodemelo
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O professor inicia a abertura do curso com uma apresentação do semestre e uma explicação de como é a disciplina. Em seguida, ele apresenta as obras "Ilíada" e "Odisseia" de Homero, enfatizando a importância das mesmas e a flexibilidade que ele dispõe quanto a leitura. Um ponto interessante a se destacar é a parte em que ele fala sobre os nomes dados à tradições compartilhadas por um povo e sua importância para a criação de um diálogo com as mesmas. Ele indaga sobre o que é o ser a partir de um autor que iria dar um significado para o mesmo por meio de seus poemas. Assim, dá a entender que é essencial essa representação e assim era com os gregos, onde uma história sobre temas decorrentes da época era passada de geração em geração, tornando-se assim uma tradição. A importância desse diálogo pode ser direta ou não, pois é possível destrinchar um mesmo poema ou história e reproduzir discussões diferentes e opiniões diversas de um mesmo. O mesmo se pode dizer ao se indagar o que é o ser brasileiro, onde ele faz uma hipótese de demonstração com a personagem Macunaíma e que se houvesse uma imitação dos brasileiros como os gregos faziam, iríamos nos inspirar com Macunaíma. Ao finalizar a aula, ele enfatiza que é fundamental a leitura dos textos propostos e após assistir a aula, fiquei intrigada com a questão do ser e em minha opinião é muito interessante observar como eram as tradições e o quão importantes elas são para a construção de um povo.

BiaLazzarini
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Professor, primeiramente gostaria de agradecer pela aula. Mesmo sendo a aula introdutória do curso, já veio completa de informações e pontos muito interessantes. E um desses pontos que me chamou a atenção é a valia do estudo do passado.
Eu considero a história um dos campos mais importantes a serem estudados, pois quanto mais sabemos do passado, mais podemos entender como chegamos ao presente. E o estudo do passado também nos permite rever nossas próprias concepções e compreender certos textos de modo diferente sob a luz do contexto histórico. Dois exemplos que me vem são: a frase de Aristóteles sobre a filosofia (“A filosofia não serve a nada; mas precisamente porque lhe falta o vínculo da servidão é o conhecimento mais nobre.”) e a tradução da Odisseia dita “controversa” de Emily Wilson.
Muitas pessoas usam a frase de Aristóteles de modo incompleto, somente repetindo como a filosofia é inútil. Porem se esquecem do contexto histórico, onde o homem ateniense que participa da vida politica muitas vezes não participa da vida econômica da cidade. O ateniense que possui o direito de filosofar é o homem que não serve a ninguém, e seu “trabalho” é refletir sobre o ser e suas relações. A frase de Aristóteles não é um ataque a seu campo de estudo mas sim um enaltecimento, nomeando a filosofia como o conhecimento mais nobre.
E temos também a tradução da Odisseia por Emily Wilson, a primeira tradução ao inglês feita por uma mulher em 400 anos. Sua tradução tem como um foco a precisão das traduções, sem interpretações patriarcais de inúmeras traduções anteriores. Essas traduções podem iluminar o contexto histórico da obra original, mas usualmente também iluminam o contexto do tradutor, já que traduzir é parte interpretação e nossas interpretações dependem do nosso ambiente e história.
Novamente gostaria de agradecer pela oportunidade de aprendermos tanto e poder discutir assuntos que nos interessa. Até mais tarde, professor!

elmerzcosta
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[Comentário da Aula 1] Olá, Rafael. Muito boa a aula introdutória, estou com excelentes expectativas para mergulhar no mundo da Literatura Grega Antiga. No semestre anterior, li a Odisseia na disciplina de Seminário de Leitura e foi um desafio. No entanto, me surpreendi positivamente. Confesso que sempre tive receio de me aventurar nas obras clássicas da Grécia Antiga, porque temia não compreender muito bem. Felizmente, a experiência com a Odisseia, apesar de ter sido difícil no início, foi excelente. Sempre tive curiosidade pela Mitologia Grega e ler esse livro reavivou esse meu interesse. A edição lida por mim foi a tradução do Carlos Alberto Nunes pela editora Nova Fronteira. O interessante dessa edição é que antes de cada canto tem um "resumo" dos acontecimentos e isso me ajudou muito na compreensão do enredo do livro. Na aula se discutiu qual a melhor edição para iniciantes e para mim, essa edição da tradução do Carlos Alberto pode ser muito proveitosa, por causa desse detalhe.
Agora, estou lendo a Ilíada e está sendo uma leitura muito mais fluida que a Odisseia, muito porque já me acostumei um pouco com estilo e tem sido fantástica a experiência. Acho que os livros propostos por você nessa disciplina serão sempre desafiadores, mas desafios que valem muito a pena, afinal, são obras-primas que influenciaram as produções literárias ocidentais modernas e contemporâneas. Feliz por ter a oportunidade de lê-las e aprofundar as discussões com você e com a turma.

viniciusabreu
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A abertura do curso de Fundamentos da Literatura Grega I foi incrível, particularmente, fiquei bastante empolgada e ansiosa ao ver o plano de ensino e todas as obras que agora temos acesso no drive.
Foi apresentado o método de avaliação e algumas dúvidas foram sanadas. Também foi explicado a importância de estarmos sempre atentos à obra num contexto completo, e sobre a Ilíada foram apresentadas diversas traduções, auxiliando na escolha que possa nos levar a uma maior compreensão da obra.
Me chamou atenção quando o professor falou sobre a consciência humana a cerca de sua própria imortalidade, e o quanto essa consciência pode nos trazer uma série de reflexões. Pelo o que pude entender esse é um dos temas de Ilíada, mas ainda não comecei a leitura (irei começar hoje rs).
Enfim, nesse primeiro encontro já pudemos ter uma noção do que veremos durante esse semestre e ficou explícito o quanto é importante lermos o que nos foi recomendado, não só as leituras obrigatórias.
Obrigada professor Rafael.

iarachades
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Para uma aula introdutória, esta primeira exposição foi surpreendentemente rica em conteúdo e em reflexões. Faço bacharelado em Matemática e peguei esta matéria como opção de Formação Livre junto com outra de Filosofia. Não tinha uma aula de Humanas desde 2015 e confesso que não sabia que estava com tanta saudade disso até então kkk
Vários pontos capturaram minha atenção ao longo da apresentação. Achei muito interessante a variedade de traduções da Ilíada mencionadas pelo professor e como cada uma difere das demais. Isso mostrou a importância de se escolher uma boa tradução para desfrutar ao máximo da obra, especialmente para quem, como eu, está sendo introduzido a este universo. Outro ponto legal foi a questão da mortalidade e a forma como ela é tratada por Homero. É muito interessante pensar nas diversas maneiras como o ser humano tenta "vencer a morte" realizando grandes feitos para, assim, tornar seu nome eterno na História e, de certa forma, imortal. Neste sentido, temos os grandes cientistas, os grandes políticos, os grandes poetas e, no caso de Homero, os guerreiros que aspiravam a se tornar grandes heróis. Muitas vezes, chega a ser quase paradoxal, porque estes guerreiros estavam dispostos a perder a própria vida na busca pela "imortalidade". O professor mencionou como a consciência da própria mortalidade é o que nos difere dos animais e dos deuses, então a busca pela glória eterna talvez seja também uma forma do homem tentar se aproximar da figura divina. Na introdução da Ilíada (tradução de Frederico Lourenço) há um trecho com a seguinte citação: "ao relatar as mágoas, desavenças, vinganças, lágrimas, prisões e os diversos infortúnios dos deuses, Homero, ao que me parece, fez o possível para transformar os homens da Guerra de Troia em deuses, e os deuses em homens". Enfim, a aula foi uma ótima introdução do que parece ser um curso muito legal :)

luisaquintao
Автор

A aula introdutória foi muito esclarecedora para quem, como eu, está iniciando os estudos da literatura grega. Um ponto que eu gostei muito e pretendo me aprofundar ao longo do semestre é a questão da importância de pensarmos sempre na cultura associada à literatura. É impossível compreender minimamente uma obra como a Ilíada sem que haja um esforço para entender o que é a literatura hoje e o que poderia ser compreendido como literatura na época de Homero.

Um comentário do professor que também me fez refletir e fazer uma associação às questões contemporâneas foi algo sobre o Flaubert ter escrito um romance sobre uma mulher que cometia o adultério e sobre a necessidade, àquela época, de escrever histórias que servissem para “moldar” o comportamento da sociedade, dos leitores. Compreendo que fiz aqui um resumo muito limitado e pobre, tanto da obra quanto da apresentação do Rafael, mas retomo essa parte apenas para fazer o seguinte comentário: pensei em como isso é semelhante ao que é discutido hoje sobre ficções que passam na TV aberta e as pessoas esperam que haja sempre uma “lição de moral”. Percebo que há uma dificuldade por parte da sociedade (de um modo geral, mas talvez, principalmente, para aquelas pessoas que não possuem o hábito de ler, não compreendem o sentido da palavra arte, não possuem um letramento apropriado sobre essas questões específicas) para aceitarem, por exemplo, o que é a liberdade poética. Aparentemente, espera-se que a arte sirva para dar exemplo e ensinar valores.

deisianesouza
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Professor Rafael, entendi o funcionamento e a organização do curso, julgando que o senhor foi empático e flexível quanto às diversas possibilidades e realidades dos alunos.
Quanto ao conteúdo da disciplina, achei interessante o seu apontamento sobre os estudos clássicos considerarem o ser humano na seguinte condição: um limiar existencial entre os animais (aspecto da mortalidade) e os deuses (aspecto da consciência). Assim, em se tratando da consciência enquanto um atributo dos deuses (e, em alguma medida, dos seres humanos), refleti no modo como talvez o “Cogito, ergo sum”, do René Descartes, represente uma mudança de posicionamento (não necessariamente a primeira) sobre a questão existencial do ser humano. Se entendermos que o “penso” de Descartes é atrelado à ideia de consciência, tenho a impressão de que a Razão iluminista reposiciona a própria ideia de consciência, excluindo-a (ou pelo menos a afastando) de noções divinas e afins.

kevindrumondviana
Автор

Apesar de estarmos iniciando a caminhada para o conhecimento dos Fundamentos da Literatura Grega, e por óbvio ainda não termos noção do que se nos apresentará a partir das discussões e leitura dos textos indicados, conforme anunciado pelo Prof. Rafael Silva nesta live, será muito interessante entrar em contato com a influência das canções apresentadas aos cidadãos gregos, nas mais diversas situações de sua vida social, desde a mais tenra idade e durante toda a vida, de forma oral e grupal, e sua influência na cultura da época. A expectativa é muito grande no sentido de extrair aprendizados úteis para nossa experiência humana na atualidade.

ivanfiorindojunior
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Um ponto que foi rapidamente ressaltado na aula me chamou muita atenção: "qual a importância do estudo das obras clássicas no período atual". Tenho para mim que tais estudos cumprem dois papeis muito relevantes. O primeiro de permitir a nós, figuras contemporâneas, observar outros conjuntos de normas morais que regem uma sociedade diferente da atual. Toda sociedade tem pontos fortes e fracos em seu regime moral e observar a economia ética de uma civilização anterior nos permite refletir sobre em que pontos estamos pecando em excesso ou falta, bem como em que ponto estamos a frente de nossos antecessores. Já o segundo ponto, este que se aplica mais especificamente ao conjunto das obras clássicas da Grécia Antiga, é a possibilidade de compreender aqueles que foram os primeiros passos na direção da organização da cultura ocidental, na qual estamos inseridos, possibilitando traçar uma reconstrução de como possivelmente certos conceitos foram se modificando ao longo do tempo até formularem as normas que regulam o ocidente nos dias de hoje. O estudo dos fundamentos da literatura Grega permite ao mesmo tempo desenvolver uma visão de outro ponto de nossa civilização e adentrar nas nuances das normas sociais vigentes, sendo um exercício mental de reflexão extremamente proveitoso.

gabrielmalta
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