Reflexões sobre a Odisseia, a partir de seu proêmio em grego, alemão e versões para o português

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Nesta breve exposição, apresento algumas questões gerais sobre a Odisseia, enquanto um poema da tradição hexamétrica arcaica com apresentações orais improvisadas na Grécia antiga. A partir de apontamentos sobre aspectos formais do poema, sugiro de que modo alguns desses aspectos são recriados (ou não) em diferentes propostas de tradução para o português. Para isso, com o intuito de suscitar a experiência de escuta das diferentes malhas sonoras tramadas pela Odisseia e suas traduções, recito os dez primeiros versos do poema, isto é, seu célebre proêmio. Algumas das traduções que aparecem aqui para o português, além daquela que Voss realiza para o alemão, incluem as de Odorico Mendes (1928), Carlos Alberto Nunes (1941), Frederico Lourenço (2003/2011), Donaldo Schüller (2007), Trajano Vieira (2011) e Christian Werner (2014/2018).

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Комментарии
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Parabéns pelo excelente vídeo, professor. Estava em dúvida sobre qual tradução adquirir.
Muito obrigado!

thiagozampieri
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Ei, professor! Que excelente vídeo. Muito obrigado pela discussão! É interessante perceber o quanto as traduções podem potencializar a força poética de Homero através da ênfase escolhida pelo tradutor. Realmente, passar toda a força do verso grego para todo um universo cultural e linguístico é um trabalho hercúleo. Meu primeiro contato com Homero foi através do Frederico Lourenço, mas a musicalidade da tradução do Carlos Alberto Nunes me chama bastante a atenção. Outra tradução da Odisseia com a qual entrei em contato recentemente foi a da americana Emily Wilson, lançada em 2018. Na própria introdução, a tradutora pontua a escolha dela por uma tradução mais simples e com foco na estrutura repetitiva do próprio poema, tentando enfatizar o papel oral de Homero dentro do contexto cultural da Grécia arcaica e clássica. De todo modo, é incrível o quanto as peregrinações deste que é o mais mortal dos heróis Homéricos ainda nos encantam e assombram. O poder da Odisseia, e do seu proêmio, creio eu, é nos lembrar que todos podemos ser este homem que, seja no fim da guerra ou no fim do dia, só deseja voltar para casa.

tiagomelo
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As traduções do insigne Professor Frederico Lourenço da Universidade de Coimbra, dos clássicos gregos e latinos, são um sucesso literário em Portugal bem como os VI volumes da tradução da Septuaginta que lhe granjeou o prestigiado prémio literário "Fernando Pessoa".

VoltaireMM
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Obrigado pelo vídeo, professor! Eu acho que as traduções do Carlos Alberto Nunes são as mais bélicas, principalmente a Ilíada. Ele consegue descrever as cenas de morte do modo mais sanguinolento possível. Já li o Homero do Trajano e gostei mais da Ilíada. Agora eu estou tentando criar coragem para ler a do Frederico Lourenço mas o verso muito livre e prosaico me desanima um pouco. Sinto que estou lendo prosa...

alvarocesar
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Da pra fazer analógia com a """tragédia grega"

jzadra_terapeutaholistico
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Essa questão da métrica, quando concebida oralmente pelos gregos, me interessa muito. Você tem alguma recomendação de algum livro que elucide mais esse assunto? Não sei se me fiz claro, algo como uma história de como a métrica antiga surgiu e/ou adquiriu forma.

RolandoSMedeiros