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Beethoven, Hegel e a dialética das sonatas

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Uma análise das obras de Beethoven mostra que sua música sempre se move por um conflito, por uma contradição interna. Os compositores antes de Beethoven escreviam partes calmas e partes agitadas, mas completamente separadas. Beethoven, ao contrário, passa rapidamente de uma à outra, lhe conferindo uma tensão que exige uma solução. Segundo Woods, essa é a música da luta.
A sonata, especificamente, tem uma forma básica com uma linha de desenvolvimento A-B-A, chamados na linguagem musical de exposição, desenvolvimento e recapitulação. Isso é, parte-se de um tema A, passando por B e retorna-se a A, mas em um nível mais elevado. Segundo Woods, isso é um conceito totalmente dialético.
Beethoven e Hegel
Adorno pretendia escrever uma obra sobre Beethoven, mas nunca concluiu tal projeto. Nos rascunhos de preparação para este livro, ele afirma:
“De maneira semelhante como, em certo sentido, só existe a filosofia hegeliana, também só existe Beethoven na história da música ocidental.” (Adorno, “Beethoven”)
Adorno via as categorias da filosofia hegeliana presentes também na estrutura da música de Beethoven, como mostra este trecho:
“A relação especial entre os sistemas de Hegel e de Beethoven é que essa unidade do todo só pode ser apreendida como mediada.” (Adorno, “Beethoven”)
A definição das sonatas de piano de Beethoven podem ser encontradas, segundo Adorno, no prefácio da "Fenomenologia do Espírito", de Hegel:
“A seguinte determinação da essência da filosofia, do prefácio da Fenomenologia do Espírito, servem imediatamente como descrição das sonatas de Beethoven: ‘Com efeito, a coisa mesma não se esgota em seu fim, mas em sua execução; nem o resultado é o todo efetivo, mas sim o resultado junto com o seu devir. O fim para si é o universal sem vida, como a tendência é o mero impulso ainda carente de sua efetividade; o resultado nu é o cadáver que deixou atrás de si a tendência. Igualmente, a diversidade é, antes, o limite da coisa: está ali onde a coisa deixa de ser; ou é o que a mesma não é.’” (Adorno, “Beethoven”)
A sonata, especificamente, tem uma forma básica com uma linha de desenvolvimento A-B-A, chamados na linguagem musical de exposição, desenvolvimento e recapitulação. Isso é, parte-se de um tema A, passando por B e retorna-se a A, mas em um nível mais elevado. Segundo Woods, isso é um conceito totalmente dialético.
Beethoven e Hegel
Adorno pretendia escrever uma obra sobre Beethoven, mas nunca concluiu tal projeto. Nos rascunhos de preparação para este livro, ele afirma:
“De maneira semelhante como, em certo sentido, só existe a filosofia hegeliana, também só existe Beethoven na história da música ocidental.” (Adorno, “Beethoven”)
Adorno via as categorias da filosofia hegeliana presentes também na estrutura da música de Beethoven, como mostra este trecho:
“A relação especial entre os sistemas de Hegel e de Beethoven é que essa unidade do todo só pode ser apreendida como mediada.” (Adorno, “Beethoven”)
A definição das sonatas de piano de Beethoven podem ser encontradas, segundo Adorno, no prefácio da "Fenomenologia do Espírito", de Hegel:
“A seguinte determinação da essência da filosofia, do prefácio da Fenomenologia do Espírito, servem imediatamente como descrição das sonatas de Beethoven: ‘Com efeito, a coisa mesma não se esgota em seu fim, mas em sua execução; nem o resultado é o todo efetivo, mas sim o resultado junto com o seu devir. O fim para si é o universal sem vida, como a tendência é o mero impulso ainda carente de sua efetividade; o resultado nu é o cadáver que deixou atrás de si a tendência. Igualmente, a diversidade é, antes, o limite da coisa: está ali onde a coisa deixa de ser; ou é o que a mesma não é.’” (Adorno, “Beethoven”)
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