Ucrânia x Rússia: O Que a História Nos Ensina Sobre o Conflito

Ucrânia x Rússia: O Que a História Nos Ensina Sobre o Conflito

A Guerra na Ucrânia: Histórico e Contexto

Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia lançou um ataque militar contra a Ucrânia, marcando o início de um conflito que não se limita a uma disputa regional, mas que reverbera globalmente, afetando a inflação e os orçamentos sociais de diversos países.

Uma História Compartilhada
Para entender a relação entre Rússia e Ucrânia, é necessário retornar aos séculos IX e XII, quando ambos faziam parte de uma civilização comummente centrada em Kiev. Com a invasão mongol no século XIII, as rotas de desenvolvimento dos dois povos se dividiram. A partir do século XV, o Império Russo se consolidou, enquanto a Ucrânia foi sucessivamente dominada por lituanos, poloneses e otomanos. Em 1667, a região leste do rio Dnieper passou ao controle russo, enquanto o oeste foi anexado pela Polônia, e mais tarde compartilhado entre Áustria e Prússia. A Crimeia foi anexada pelos russos, acrescentando outra camada à complexa relação entre os dois países.

Em 1917, a Revolução Russa e a subsequente Guerra Civil resultaram na criação da República Socialista Soviética da Ucrânia, que se uniu à recém-criada União Soviética em 1922. Após a Segunda Guerra Mundial, a Ucrânia incorporou territórios adicionais, e, em 1954, a A criminalidade foi concentrada no controle ucraniano por decisão interna da URSS.

Pós-Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a ordem mundial foi definida pelos acordos de Yalta e Potsdam, dividindo responsabilidades entre as potências vencedoras e iniciando a Guerra Fria. Esse período foi marcado pela tensão entre o bloco ocidental, liderado pelos EUA, e o bloco comunista, sob a liderança da União Soviética. Mesmo após a queda do Muro de Berlim em 1989 e o colapso da URSS em 1991, o impacto dessas rivalidades geopolíticas se mantém relevantes até hoje.

A Dissolução da União Soviética e das Tensas Relações Rússia-Ucrânia
Com a dissolução da União Soviética, 15 novos países emergiram, com a Rússia herdando grande parte de sua influência geopolítica. Embora muitas das antigas repúblicas soviéticas tenham permanecido próximas à Rússia através da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), a Ucrânia e a Geórgia se afastaram com o tempo. A Ucrânia, rica em recursos agrícolas, tornou-se fundamental para a segurança alimentar e energética da região.

O Papel da OTAN e o Crescimento das Tensões
A aproximação da Ucrânia com a União Europeia (UE) e a OTAN foi um dos pontos de tensão. Criado em 1949 como um pacto militar contra a ameaça soviética, a OTAN expandiu-se para o leste após 1999, incluindo países que fizeram parte da órbita de influência de Moscou. Esse movimento foi percebido como uma ameaça direta pela Rússia, uma vez que o Artigo 5º do tratado estipula uma defesa mútua em caso de ataque a qualquer membro.

A Crise da Crimeia e o Levante no Leste da Ucrânia
Em 2013, a Ucrânia desistiu de um Acordo de Associação e Livre-Comércio com a União Europeia sob forte influência russa, o que gerou protestos massivos e culminou na destituição do presidente Viktor Yanukovich em 2014. A Crimeia, em seguida, declarou independência da Ucrânia , sendo rapidamente anexada pela Rússia, um movimento não reconhecido pelo Ocidente. Paralelamente, grupos pró-Rússia no leste ucraniano, nas regiões de Donetsk e Lugansk, iniciaram um levante contra Kiev, resultando em um conflito prolongado.

A Escalada e o Início da Guerra em 2022
A eleição de Volodimir Zelenski em 2019, um político pró-Ocidente, intensificou ainda mais o prejuízo com a Rússia, à medida que ele buscava uma integração mais próxima com a UE e a OTAN. Em fevereiro de 2022, o agravamento dos confrontos no leste ucraniano e a tentativa de adesão à OTAN serviram como justificativas para a invasão russa, liderada por Vladimir Putin. O Kremlin declarou o objetivo de proteger a população russa do leste e impedir a expansão da OTAN em sua fronteira, além de garantir o controle sobre as rotas de gás natural que cruzam a Ucrânia em direção à Europa.

O conflito, porém, tornou-se uma das crises mais complexas e influentes do século XXI, mudando as dinâmicas de segurança e poder na Europa e no mundo.

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