filmov
tv
SCHREBER E RIOBALDO: análise de dois pactos com o diabo

Показать описание
PÓS-GRADUAÇÃO INTERNACIONAL EM PSICANÁLISE E CULTURA RELIGIOSA
CEPCOP / UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA
12 de Abril, 09h às 11h – AULA MAGNA
Aberta ao público - gratuita - online
SCHREBER E RIOBALDO: análise de dois pactos com o diabo.
“O diabo passa pela porta da fechadura”, confidencia Schreber em suas memórias. “E, outra coisa: o diabo é às brutas”, murmura Riobaldo, tentando, entre ecos e sombras, absolver-se da culpa. Em ambos, o mesmo dilema se impõe: o pacto foi selado ou apenas sonhado? O mal é um ente concreto ou uma miragem da mente em convulsão?
Não por acaso, a recorrência do diabo nos escritos de Schreber chamou a atenção de Sigmund Freud. Na carta 57 a Fliess, o fundador da psicanálise manifesta um interesse incisivo pelo diabo e sua significação cultural. Onze anos mais tarde, essa intuição germina em formulação teórica: “o diabo é a personificação da vida pulsional inconsciente reprimida”. Mais do que metáfora, ele é o signo da inquietante estranheza, a figura do pai temido e o próprio nome do mal.
Em Grande Sertão: Veredas, a questão se adensa: Riobaldo acredita ter vendido sua alma, mas jamais sabe ao certo se o pacto foi consumado. O diabo existe ou é apenas o espectro do medo humano? Guimarães Rosa, em sua tessitura poética, empurra a dúvida ao limite: e se o mal não fosse um ser, mas uma estrutura?
Talvez, tanto em Schreber quanto em Riobaldo, o diabo funcione como metáfora última do perigo real de existir. Esta investigação propõe escapar do reducionismo teológico para aprofundar-se na dialética do bem e do mal, explorando o diabo como um significante cultural do ódio, do desejo e da paranoia. Ao iluminar a função do mal(-estar) na lógica do delírio, buscamos compreender como o sujeito, na fronteira do abismo, negocia com seu próprio inferno.
Transmissão
Jairo Carioca. Doutorando em Educação (PPGEduc/UFRRJ); Psicanalista e Pesquisador (LEGESEX/UFRRJ e Audre Lorde/UNIR); Coordenador do Coletivo de Pesquisa Ativista em Psicanálise, Educação e Cultura; Membro da Comissão Permanente da Política Institucional pela Diversidade (CPID/UFRRJ).
CEPCOP / UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA
12 de Abril, 09h às 11h – AULA MAGNA
Aberta ao público - gratuita - online
SCHREBER E RIOBALDO: análise de dois pactos com o diabo.
“O diabo passa pela porta da fechadura”, confidencia Schreber em suas memórias. “E, outra coisa: o diabo é às brutas”, murmura Riobaldo, tentando, entre ecos e sombras, absolver-se da culpa. Em ambos, o mesmo dilema se impõe: o pacto foi selado ou apenas sonhado? O mal é um ente concreto ou uma miragem da mente em convulsão?
Não por acaso, a recorrência do diabo nos escritos de Schreber chamou a atenção de Sigmund Freud. Na carta 57 a Fliess, o fundador da psicanálise manifesta um interesse incisivo pelo diabo e sua significação cultural. Onze anos mais tarde, essa intuição germina em formulação teórica: “o diabo é a personificação da vida pulsional inconsciente reprimida”. Mais do que metáfora, ele é o signo da inquietante estranheza, a figura do pai temido e o próprio nome do mal.
Em Grande Sertão: Veredas, a questão se adensa: Riobaldo acredita ter vendido sua alma, mas jamais sabe ao certo se o pacto foi consumado. O diabo existe ou é apenas o espectro do medo humano? Guimarães Rosa, em sua tessitura poética, empurra a dúvida ao limite: e se o mal não fosse um ser, mas uma estrutura?
Talvez, tanto em Schreber quanto em Riobaldo, o diabo funcione como metáfora última do perigo real de existir. Esta investigação propõe escapar do reducionismo teológico para aprofundar-se na dialética do bem e do mal, explorando o diabo como um significante cultural do ódio, do desejo e da paranoia. Ao iluminar a função do mal(-estar) na lógica do delírio, buscamos compreender como o sujeito, na fronteira do abismo, negocia com seu próprio inferno.
Transmissão
Jairo Carioca. Doutorando em Educação (PPGEduc/UFRRJ); Psicanalista e Pesquisador (LEGESEX/UFRRJ e Audre Lorde/UNIR); Coordenador do Coletivo de Pesquisa Ativista em Psicanálise, Educação e Cultura; Membro da Comissão Permanente da Política Institucional pela Diversidade (CPID/UFRRJ).
Комментарии