Explicando a Letra: Timbre de Galo - Linha Campeira #76

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Timbre de Galo é uma música que nasceu pra ser do Pedro Ortaça. Não tem como a gente imaginar outro cantor cantando ela… do jeito que ele canta e com a representatividade que ele traz a ela.

Esta música é uma parceria do Apparício Silva Rillo que fez os versos especialmente e entregou pro seu amigo Pedro Ortaça pra musicar, que conta que pegou o violão, deu umas batida e uns acorde e fez a melodia num upa.

Ela apareceu pela primeira vez no disco de nome Timbre de Galo, do Pedro Ortaça no ano de 1989. Era a música número 1 do Lado A.

Originalmente esse poema tinha o título “Como sou”, mas só que depois do Pedro Ortaça ler, interpretar e musicar, sugeriu ao Rillo que mudasse o nome pra Timbre de Galo. E parece que o Rillo acatou a sugestão e deu certo.

Rio Grande, berro de touro / Quatro patas de cavalo
Quem não viveu este tempo / Vive esse tempo a cantá-lo
E eu canto porque me agrada / Neste meu timbre de galo

Este verso ele já abre apresentando que a poesia musicada ela é saudosista e lembra que grande parte da história do Rio Grande é baseada a berro de touro e a pata de cavalo.
Quem canta essa música, de certa forma, volta a viver e a sentir aqueles tempos do Rio Grande primitivo.
E canta num timbre de galo, porque o um dos apelidos do Pedro Ortaça é Galo Missioneiro.

É verdade que alguns dizem / Que os tempos de hoje são outros
Que o campo é quase a cidade / E os chiripás estão rotos
Que as esporas silenciaram / Na carne morta dos potros

O campo é quase a cidade, é uma consideração de que hoje a vida se urbanizou e mesmo quem vive no campo já não tem mais toda aquela plenitude de viver pra fora. Isso que a música foi escrita no final dos anos 80.

Os chiripás estão rotos. As vestes dos gaúchos antigos estão já rotas, ou seja, estragadas, esfarrapadas... sem uso.

As esporas silentes na carne morta é por que já não se anda mais a cavalo, já não se tem mais o trim de esporas pro sustento das estâncias.

Cada um diz o que pensa / Isso aprendi de infância
Mas nunca esqueça o herege / Que as cidades de importância
Se ergueram nos alicerces / Dos fortins e das estâncias

Cada um dizer o que pensa é uma marca muito forte da música missioneira. Um estilo, um jeito de cantar opinando. Vide os outros troncos missioneiros.

Hereges aqui são chamados aqueles que renegam as origem e não cultuam a nossa história. Então temos que lembra-los sempre que as grandes cidades gaúchas se ergueram dos alicerces das propriedades do campo.

Não esqueça, de outra parte / Para honrar a descendência
Que tudo aquilo que muda / Muda só nas aparências
E até num bronze de praça / Vive a raiz da querência

Aqui é um chasque pra gauchada de que por mais que o tempo mude, a nossa essência continua a mesma. A aparência muda, mas o cerne, o sangue é o mesmo.

E até num bronze de praça é uma referência as estátuas e placas dos heróis e grandes personalidades da nossa terra que estão espalhados por praças em diversas cidades. Quando nos deparamos com um desses bronzes, temos que ter a consciência de que ali há uma história imortalizada e precisa ser preservada.

Eu nasci no tempo errado / Ou andei muito depressa
Dei “ô de casa!” em tapera / Fiquei devendo promessa
Mas se pudesse eu voltava / Pra onde o Rio Grande começa

Nasci no tempo errado ou andei muito depressa, o gaúcho está se perguntando onde é o lugar dele no mundo. Se sente perdido.

Dar ô de casa em tapera, é chamar sem ser respondido ou falar sem ninguém pra ouvir. Taperas são as casas abandonadas pelos rincões e dar ô de casa pro lá, não adianta nada.

O voltar pra onde o Rio Grande começa é voltar pra sua terra, no caso do Ortaça é voltar para o chão missioneiro de onde veio.

E se me chamam de grosso / Nem me bate a passarinha
A argila do mundo novo / Não tem a mescla da minha
Sovada a casco de touro / Com águas de carquejinha

Que gaúcho que nunca foi chamado de grosso, né tche!? ahahah Mas não deixamo isso nos incomodar, ou seja… bater a passarinha é se incomodar com a situação.

A argila é o nosso cerne, aquilo que nos forma. Do qual somos moldados. Sovada a casco de touro, mostra que tem brutalidade e força. E águas de carquejinha, que é uma planta medicinal, utilizada pra digestão que tem sabor amargo.

Rio Grande, berro de touro / Quatro patas de cavalo
Quem não viveu este tempo / Vive esse tempo a cantá-lo
E eu canto porque me agrada / Neste meu timbre de galo
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Комментарии
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Olá,
Gaúcho vc é muito bom tô sempre te acompanhando aqui do triângulo Mineiro mg Deus te abençoe Deus te abençoe Deus

SimarioClemente-wz
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Muito bom escutar esses.exclarecimentos da cultura gaúcha...

gilmarreis
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Essa música é a imagem do Rio Grande do Sul .
Bão demais !!!!
Daqui de Minas .

josewalter
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Dedão garantido do amigo XIRU ABAGUALADO

xiruabagualado
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Aprendi a ouvir a familia Ortaça. Que família linda! Parabéns, daqui de Belo Horizonte.❤

teresinhabarros
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Faz explicando a letra Pedro ortaça meu canto

bruno
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Báh... essa é uma das mais icônicas do cancioneiro gaúcho!!! Pedro Ortaça tem letras incríveis q ele canta com maestria, ex.:
"... Meu bisavô levantou-se de lança em punho enristada
Na sesmaria estirada nos quatro pontos cardeais
Foi bagual entre os baguais, foi pedra em picos de serra
Plantou estância na terra regadas com seu suor
Na paz campeiro e pastor e um tigre em tempos de guerra"
Trecho de Milonga dos Ancestrais - Pedro Ortaça

fabriciobrum
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Timbre de galo é uma música que já virou oração para o RS.

albica
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Por isso nos referimos a este ícone da Cultura Gaúcha como D. Ortaça.

fajoolmor
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Pedro Ortaça é tudo de bom. Timbre de Galo é um clássico. Ótimo vídeo

pedrowebber
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Boenas gosto de todas músicas gaúcho, mas éssa timgre de galo é tri, abraço.

josemacene
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Quando tu esplicou a melhor parte da musica cantou um quero quero, o Rio Grande antigo te abençoou vivente

paulorodrigues
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Excelente! Pedro Ortaca é um dos icones da música missioneira.

marlusacardozo
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Me criei com esta música e meu pai escutando no domingo assado uma carne na churrasqueira cavada no chão ... Mas bah ....

confrariadoboi.oficial
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Parabéns mais uma vez xiru mais um Taura do nosso Rio grande velho!!

facasd.bender
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Tudo bem ? ?
Há pouco tempo
Assisti vídeo
Das duas
Irmãs maravilhas
AMANDA
&
ALESSANDRA
cantando
Timbre de galo
Elas também sabem e
Conhecem o bom dos
Gaúchos. .
Tu ta de parabéns
Tche
Pela explanação
Desta música. .
Valeu.
Forte abraço de
TCHE GARAY. .

evandrogaray
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Se achar que o Rio grande e minha maior patria é ser ridiculo .que pensem sempre tive duas patrias mas depois de tudo que fiquei vivo pra ver decidi voltar pra casa de minha alma .com ou sem fatos negativos ou controversos não superam os feitos e as lições de uma patria que nunca deixou de ser não ha engano.. ha exemplos. Nem todos podem ter o luxo de viver no campo e ter um pingo encilhado e montar bem aperado pra um desfile deveria ser um direito mas faltaria cavalo pra todos..entao pra quem e da cidade como eu tem a obrigacao de conhecer nossa historia preservar nossos costumes e defender mesmo em palavras estas coisas .conhecer a pilcha que veste em vez de ser um expositor atemporal da historia da vestimenta do gaucho .conhecer ao menos um nó pachola do lenço. Ser todo ouvidos aos mais velhos eles gostam de nos passar tempos idos .isso ressalta a importancia que eles tem sao joias raras diamantes fabricados e polidos pelo tempo .seja sempre ouvidos e humilde com todos irmaos .respeite e respeite e nunca vai ter de aprender a lidar com sua adaga .que fique como ornamento na cintura .mas nunca sera maior que o valor que carrega na memória em conhecimentos nem mais brilhante que o sentimento que carrega no peito pelo amor que tem por este chão..

ricardomoraes
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Buenas Lucas. Um pequeno detalhe. Essa música foi lançada originalmente pelo pedro Ortaça no LP "Troncos Missioneiros", que era um lançamento com os 4 troncos. Logo após ele regravou neste LP que você mostrou no vídeo. Grande abraço.

cide.publiccide
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Buenas, esta música é loca de especial do Dom Ortaça, mas Lucas poderia esplicar a música "Abaralhando a Barbela" do Nilton Ferreira que também tem uns termos "Mui bagual".

leomararend
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Se o amigo me permite uma parte, no meio borracho pampeano carquejinha = cachaça+carqueja bem curtido loco de bueno

janjao
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